29 Agosto 2018
El País

T

“Portugal cose a moda espanhola”

Portugal aumentou 38,6% as exportações de têxteis para Espanha em apenas quatro anos, passando de 1293 milhões de euros em 2012 para 1790 milhões em 2015. Este salto é a prova, segundo um artigo publicado este domingo no suplemento Negocios, do El País, que a ITV portuguesa está “a intensificar a sua posição como fornecedor das grandes marcas espanholas”.

Com um título assertivo “Portugal cose la moda española”, o artigo assinado por Fernando Barciela, começa por destacar que Portugal “é competitivo em rapidez de resposta, controlo de custos e qualidade dos produtos graças a uma cultura têxtil fortemente sustentada e à inovação tecnológica dos últimos anos”.

Recordando que Portugal produz roupa para Espanha desde os anos 80, acabou por dar o passo em frente nos últimos anos ao trabalhar para empresas como a Inditex, Carolina Herrera, Purificación Garcia, El Ganso e Bimba y Lola, mas também aumentando as suas exportações para a França e Alemanha. “Resumindo, passou de 5600 milhões em 2012 para 6200 milhões no ano passado”.

Esta evolução não surpreende Ángel Asensio, presidente da federação patronal espanhola da confecção. Em declarações ao El País, o empresário reconhece que “Portugal é um país forte neste sector, com uma indústria e confecção muito cuidada, uma mão de obra barata e uma boa especialização no tecidos e nas confecções”.

A opinião é corroborada por Marcos Álvarez, consultor executivo da Cortefiel, que aponta ainda os três factores que levam as marcas espanholas a fabricar em Portugal: “A rapidez na resposta, os custos de produção e qualidade produtiva, que é assente num cultura têxtil forte”.

Alberto Rocha Guisande, secretário-geral da federação patronal galega do sector, aponta mais razões para o êxito da ITV portuguesa. Ao contrário do que sucedeu em Espanha, as empresas não encerraram as suas instalações e, pelo contrário, investiram em tecnologia para se converterem nos fornecedores de proximidade para marcas espanholas, francesas e italianas. “Fizeram uma reorientação do modelo de negócio com tal êxito que é um caso digno de estudo”, diz.

Partilhar