15 Maio 2018
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Os lenços da Antiflop são feitos de história de Portugal

A Antiflop é, podemos dize-lo, uma marca feita totalmente de portugalidade. Para além de ser uma marca portuguesa, a base pictórica dos lenços de luxo que produz é a história – antiga ou recente – de Portugal. Os lenços são produzidos em duas linhas: a linha Arte e a Iconic.

A linha arte usa como padrão obras de artistas portugueses, tais como José de Guimarães, Nadir Afonso, Sofia Areal, Amadeu Souza Cardoso, João Feijó e Vanessa Teodoro. Tudo acontece após negociações com os artistas ou com os herdeiros, a quem cabe depois também aprovar a peça e definir junto com a marca o número de exemplares a produzir, que geralmente nunca ultrapassam os 150 exemplares.

“Cada peça é feita com recurso à impressão digital, mas a imagem ou parte dela tem que ser impressa num ângulo e tamanho que não distorçam a obra original. Antes de serem replicados, os lenços também têm que ser aprovados pelo artista, ao qual, em geral, também pagamos direitos de autor”, conta a criadora da marca, Teresa Bacalhau, ao Observador.

De momento, a Antiflop encontra-se em negociação para utilizar obras de Paula Rego, Graça Morais e Cargaleiro na sua coleção e confessa que, por norma geral, os artistas encontram-se receptivos ao projeto. “De uma forma geral, quando apresentamos o projeto, todos acham a ideia fascinante, por isso não tem sido difícil. Só alguns acham que a arte não se deve vulgarizar. Temos que respeitar… Se o artista está vivo, a escolha da obra a reproduzir passa por ambos. No caso de Sofia Areal foi um projeto elaborado em conjunto; com Nadir Afonso também foi escolhido por mim e pela Dr.ª Laura Afonso. Com o Amadeo de Souza-Cardoso e José de Guimarães, fui eu escolhi a obra”, conta Teresa ao Executiva.pt.

Em simultâneo, têm também a linha Iconic, que retrata imagens da cultura iconográfica portuguesa, tais como a calçada portuguesa, o mapa de Portugal desenhado pelo primeiro cartógrafo português, a saudosa nota de 100 escudos com a figura de Fernando Pessoa, capas de jornais antigos, e as bonecas de papel que se recortavam e vestiam.

A originalidade dos produtos já levou a que a marca desenvolvesse coleções exclusivas, como são o caso das criadas para a Fundação Calouste Gulbenkian e para o Museu da Marinha.

O nome, esse, adveio da vontade de criar um produto que fosse antiflop, ou seja, que não falhasse, e é assim que, em 2014, Teresa Bacalhau, que sempre trabalhou na área da moda e do vestuário, começa a desenvolver a marca. Os lenços são feitos em crepe de seda e as echarpes em caxemira e micromodal, isto porque, explica Teresa à Visão, “os materiais tinham de ser nobres para terem uma boa relação com a qualidade dos artistas”. Os tecidos são provenientes de Itália mas o processo de produção, desde a impressão digital à confecção, tem origem em Portugal, no norte do país.

As peças estão disponíveis em cinco tamanhos, sendo a mais pequena de 40 por 40 centímetros e às echarpes de quase dois metros, e custam entre 86 a 185 euros. Podem ser comprados (os que ainda não estiverem esgotados) tanto no site da marca (ver aqui) como no Museu Nacional de Arte Contemporânea e na Loja das Meias (Lisboa), no Museu Soares dos Reis e na Fundação de Serralves (Porto) e na Nove Séculos (Guimarães).

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