26 fevereiro 21
Empresas

T

O têxtil está a sofrer mas vai voltar rápido ao crescimento

A enfrentar um cenário de grande dificuldade com as restrições da pandemia, o sector têxtil olha com confiança para o futuro próximo e com a perspetiva de rápida retoma do ritmo de crescimento que registou na última década. “Já se fizeram e continuam a ser feitos importantes investimentos na sustentabilidade e na reciclagem de fibras, que estão a reforçar o papel do têxtil português como fornecedor de qualidade das grandes marcas mundiais”, assegurou o presidente da ATP em entrevista à TVI.

Convidado pelo programa da manhã do canal televisivo, Mário Jorge Machado não deixou de referir, no entanto, o clima de extrema dificuldade que o sector enfrenta. “O ano de 2020 foi difícil para as empresas e o início deste está também a ser muito difícil. Para muitas, coloca-se mesmo a questão da sua sustentabilidade a prazo, caso não sejam adotadas medidas decisivas de apoio e regresso à atividade”, advertiu.

O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal destacou também, “o importante papel do sector, que ajudou a resolver um problema d saúde pública” com a rápida reconversão para a produção de máscaras e outros EPI, “não só em Portugal mas também para países como a França e a Alemanha”, mas deixou claro não representam a salvação.

“Foram e estão a ser uma grande ajuda e basta lembrar que fizeram com que em 2020 as exportações até tenham crescido para destinos com o Alemanha e França”, explicou, lembrando que geraram uma receita de mais de 200 milhões de euros em exportações, “mas num cenário em que só no subsector do vestuário as exportações recuaram cerca de 500 milhões, uma quebra de 25% face ao ano anterior, com o fecho do comércio nos mais diversos destinos”.

A perspetiva, no entanto, é de rápida retoma do crescimento logo que cessem as restrições à atividade económica, disse ainda o representante do sector, que aproveitou para destacar a importância do têxtil para a economia nacional. “Representa mais de 125 mil postos de trabalho e exporta mais de 80% da sua produção, com uma receita que ultrapassa os cinco mil milhões de euros”, explicou num rápido enquadramento.

Mário Jorge Machado mostrou ainda que antes da pandemia, o têxtil vinha de uma década em que as exportações cresceram 50%, “na sequência de fortes investimentos em equipamento, formação, design e inovação, o que tornou o têxtil português num caso de estudo para outros sectores industriais na Europa e fora da Europa”, conclui.

A entrevista está disponível na íntegra no site da TVI 24.

 

Partilhar