21 agosto 20
INE

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Exportações com recuperação lenta e recuo de 14% em junho

Não fosse o forte incremento das exportações de máscaras e vestuário de proteção (acréscimo de 33 milhões de euros) e as exportações têxteis teriam sofrido em junho uma quebra homóloga bem acima dos 20% e a deixar clara a lenta recuperação do setor. Mesmo assim, quando comparados com o mesmo mês do ano passado os números indicam um recuo de 14%, enquanto no acumulado do semestre a quebra é de 17% face ao mesmo período de 2019.

Os últimos dados apresentados pelo INE e tratados pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal indicam que em Junho as exportações de têxteis e vestuário atingiram o valor de 335 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 14% face a junho do ano passado. “Se não fossem considerados os resultados das exportações de máscaras e vestuário de proteção – mais 33 milhões de euros face a junho de 2019 -, as exportações deste mês tinham sofrido uma quebra de 22%”, destaca o nota divulgada pela ATP e subscruta pelo presidente. Mário Jorge Machado.

Olhando para os números de Junho, a ATP chama a atenção para a situação de alguns subsetores que “tiveram um desempenho ainda mais negativo”. E regista que “as exportações de vestuário caíram 25% (com o vestuário em tecido a registar uma quebra de 37%), as exportações de tecidos caíram 27% (com alguns tecidos a registar quebras superiores, como é o caso dos tecidos de lã (- 50%), dos tecidos de filamentos sintéticos (-32%) e dos tecidos de fibras sintéticas ou artificiais (-31%)) e as de têxteis-lar caíram 17% (embora as exportações de tapetes tivessem caído 23%, as de cobertores -56% e as de artigos de decoração -37%)”.

Olhando para o conjunto dos primeiros seis meses, o valor acumulado das exportações de têxteis e vestuário foi de 2.208 milhões de euros, menos 17% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Por subsectores, a ATP regista que “as exportações de vestuário que, no 1.º semestre do ano passado, representavam 59% do total do setor, caíram 23%, enquanto as exportações de têxteis para o lar, que representam cerca de 11% das exportações do setor sofreram uma quebra de 22%”. Quanto aos tecidos, que representam 11% do total do setor, as exportações caíram 20%, enquanto nos têxteis técnicos – igualmente 11% do total -, a quebra foi de 8%.

É dos artigos de de proteção na luta contra o COVID 19 que vêm os único números que ajudam a equilibrar a balança. “As exportações de máscaras, vestuário de proteção para uso médico, de feltro ou falsos tecidos tiveram um acréscimo de cerca de 103 milhões de euros, tendo permitido que as exportações do setor não tenham tido uma quebra, neste semestre, superior a 22%”, destaca a nota emitida pela ATP.

Por destinos, a França destaca-se como o país que verifica maior acréscimo absoluto (um aumento de quase 8 milhões de euros, ou seja, +2%) e Chipre, com um aumento de cerca de 5 milhões de euros (+452%). “As exportações para os destinos comunitários caíram 25%, com Espanha ( menos 228 milhões de euros e -33%) seguida por Reino Unido (menos 26 milhões e -15%) e Itália (menos 17 milhões e -12%).

O saldo da balança comercial do sector no primeiro semestre foide 399 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 122%.

 

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