22 Julho 20
Cluster Têxtil

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Consolidar a digitalização é tarefa urgente para a ITV

A pandemia acelerou a necessidade de digitalização da indústria têxtil e vestuário nacional. Esta é uma das principais conclusões do webinar “Tecer o Futuro: Desmaterializando” promovido pelo Cluster Têxtil, que decorreu esta manhã. Durante o encontro on-line foi ainda reforçada a importância em manter o foco na sustentabilidade do sector.

“As transformações que se advinham não são apenas tecnológicas, mas também focadas na sustentabilidade. Esta mudança que já vinha de trás tem de se consolidar perante a situação presente”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Correia Neves.

Destinado a analisar o impacto da transição digital na ITV , o webinar desta manhã contou ainda com a participação de Luís Castro Henriques, presidente do AICEP, Manuel Gonçalves, administrador do Grupo TMG, Manuel Serrão, diretor-geral da Associação Selectiva Moda e António Braz Costa, diretor geral CITEVE & CeNTI, que assumiu a função de moderador.

Em questão está para o presidente do AICEP um “novo normal assente entre presenças físicas em feiras internacionais e a aposta no digital, nomeadamente via e-commerce” que, a longo prazo, poderá beneficiar a indústria têxtil portuguesa hoje considerada “boa e de qualidade” em todo o mundo.

Uma ideia partilhada pelo secretário de Estado Adjunto da Economia, defendendo que os planos gerais do Governo e da Europa para o processo de digitalização da indústria precisam “de ganhar vida e ser colocados em prática rapidamente”. Isto sem nunca perder o foco no que considera ser “o alinhamento com as preferências do consumo, hoje focadas nos produtos e matérias sustentáveis”, disse ainda.

Também Manuel Serrão reforçou a importância da sustentabilidade que será, de resto, novamente tema da próxima edição do MODtíssimo a acontecer fisicamente em Setembro na Alfândega do Porto, lembrando que o tecido empresarial do sector têxtil nacional é diversificado e que, por essa razão, “vamos continuar a trilhar vários caminhos”. “O digital é um acelerador em relação às feiras físicas e vice-versa. Mais do que nunca é necessário marcar presença em ambas as plataformas: física e digital”, reforçou.

O administrador do Grupo TMG optou por trazer à discussão a necessidade de revolucionar a visão de negócio que, de acordo com Manuel Gonçalves, “está apenas focada em dois elementos: quem produz e quem consome”.

“A internet dá à indústria o poder de contactar diretamente com o consumidor o que para nós, país produtor, pode ser uma oportunidade. Os modelos de negócios de futuro vão depender da capacitação dos processos digitais”, frisou.

“Setor de emoções e de toque”, como apelidou António Braz Costa, a ITV ganhará, concluem de forma unânime todos os intervenientes, se trabalhar em colectivo e de forma persistente nos próximos anos.

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