18 Novembro 20
Cluster Têxtil

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Cluster Têxtil traça os cinco eixos do futuro

A sessão desta manhã do ciclo de conferências digitais ‘Tecer o futuro: des(a)fiando o futuro’, promovido pelo Cluster Têxtil, debateu e analisou os próximos três anos do sector. São cinco os eixos estratégicos definidos para o futuro: talento, formação e educação, a par da investigação e desenvolvimento, sustentabilidade e economia circular, digitalização e indústria 4.0 e ainda competitividade e projeção internacional.

Em debate moderado por Teresa Presas da Magellan, os representantes do recém renovado grupo de Alto Nível do Cluster Têxtil, constituído por Isabel Furtado (vice-presidente ATP) , Clementina Freitas (diretora-geral executiva do Grupo Latino), Miguel Pedrosa Rodrigues (administrador da Pedrosa&Rodrigues), Manuel Gonçalves (administrador da TMG), Paulo Melo (presidente do conselho de administração da Somelos), António Braz-Costa (diretor-geral do CITEVE) e João Brandão (diretor executivo da ERT) analisaram o presente e o futuro do sector têxtil nacional. O video da sessão pode ser visto aqui.

“Temos de olhar para a agenda europeia e compreender que sustentabilidade é uma forma e estar e de equacionar toda a cadeia de valor”, defende Isabel Furtado desenvolvendo a ideia de que é fundamental promover o eco-design que, explica, “pensa na vida e no pós-vida dos produtos ainda no momento da conceção”.

“A sustentabilidade tem de estar incorporada em todo o sector, desde a conceção, com a escolha de materiais mais circulares e passíveis de serem reciclados ou degradados. O desmantelamento das peças é uma parte fundamental. Nós beneficiamos do facto de sermos um sector que trabalha fundamentalmente com produtos naturais”, ressalva.

Já Manuel Gonçalves, convidado a analisar o eixo da ‘Digitalização & Indústria 4.0’, lembra que “o consumidor está a alterar os hábitos de consumo, que abre portas a novos modelos de negócios assentes em produtos sustentáveis e customizados, que exigem uma resposta flexível e ágil da indústria”.

É no sentido de maximizar os investimentos na digitalização que António Braz Costa reforça a importância do Cluster Têxtil como “um espaço natural para união e evolução da têxtil”. “Temos uma consciência muito clara das nossas dinâmicas nacionais e internacionais. Internamente, não podemos deixar de estar alinhados da estratégia de outros sectores e de outros clusters, como o da saúde ou da mobilidade”, exemplifica.

Também Clementina Freitas reforça o impacto positivo da interação entre a têxtil nacional e outros sectores de atividade, reforçando que “temos interagido com os 18 cluster nacionais e feito um trabalho notável de conexão internacional”.

O processo de internacionalização foi o tema desenvolvido por Paulo Melo, que elencou os vários projetos e missões em ação, ressalvando “a internacionalização como um dos nossos principais motores de exportação do sector para todo o mundo”. “A pandemia acelerou os processos de digitalização para que nos possamos manter próximos dos nossos clientes que estão em todo o mundo. É uma nova forma de vender, um novo caminho sem retorno que não está terminado. O essencial é mantermos a relação de proximidade com os nossos clientes”, conclui.

Já Miguel Pedrosa Rodrigues optou por dar destaque aos “desafios da escassez e da qualificação de recursos humanos”, fixando a ideia de que “não é suficiente termos algumas empresas que são verdadeiros ‘Cristianos Ronaldos’ na qualificação de colaboradores. Esse tem de ser um processo sistemático e transversal”.

Opinião partilhada por João Brandão, que alertou para a “forte concorrência que o setor sofre das empresas de setor mais tecnológicos”.

O webinar desta manhã enquadra-se num ciclo de conferências digitais promovidas pelo Cluster Têxtil e pode ser revisto nesta página.

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