24 março 20
Empresas

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ATP explica como o Governo pode evitar despedimentos

“O que salvará empregos é o apoio imediato ao pagamento de salários”, explica o presidente da ATP, que faz contas simples. Um cenário de 1,3 milhões de trabalhadores e o custo médio de 750 euros por mês durante três meses, totalizaria 3.000 milhões de euros; num quadro de insolvências, poderão ser mais de 500 mil os desempregados, que a receber subsídio de desemprego durante um ano facilmente ultrapassará os 4.500 milhões de euros. Ao que se somaria a quebra de receitas fiscais geradas pelas empresas e os custos de todos os problemas sociais conexos.

É num texto de opinião para a próxima edição do T Jornal que Mário Jorge Machado analisa as medidas já anunciada pelo Governo para fazer face às crise decorrente do Covid-19, apontando que “estão muito centradas na concessão de empréstimos ou dilação de pagamentos de alguns impostos e responsabilidades com terceiros”.

E conclui que este não será um caminho eficaz. “É uma ajuda na resolução do problema de liquidez, mas criando dívida nas empresas. É muito pouco para a dimensão do problema”, avança, explicando que, na ótica do Governo,  estas são medidas que têm apenas uma vantagem: “terão um peso reduzido no défice orçamental” e, por isso, que diz que o Governo enfrenta o dilema “economia versus finanças”.

Para as empresas que tiveram de reduzir o seu trabalho por força das circunstâncias, “o que salvará empregos é o apoio imediato ao pagamento de salários”, reforça o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, “por forma a que nenhuma empresa fique impossibilitada de pagar salários ou tenha de despedir trabalhadores”.

Nas sua ótica, nem a exigência da quebra de 40% no volume de negócios das empresas nos dois meses homólogos do ano anterior, nem o fecho da laboração deveriam ser condições/opções para aceder ao lay off simplificado. No primeiro caso “uma grande parte das empresas não será capaz de suportar tal encargo”  – a que o Governo esse eximiria – e no segundo, não será a solução para muitas empresas “que precisam da continuidade de alguma laboração para poder executar coleções e amostras, que é crítica para ter encomendas no segundo semestre do ano”.

Por isso, conclui Mário Jorge Machado, “o Governo não deve ter dilemas, as empresas que não têm trabalho para os seus colaboradores precisam de auxílio para pagar os salários desde já, porque o custo económico, financeiro e social é muito inferior que aquele que teremos de suportar ser for mantida a atual versão da lei simplificada do lay off”.

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