18 março 20
Economia

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ATP aplaude linhas de crédito para o têxtil mas deixa aviso

Os ministros das Finanças e da Economia anunciaram esta manhã, dia 18 de Abril, medidas de estímulo para a economia face ao impacto do Covid-19 nas quais se inclui um pacote de 1,3 milhões relacionado com o sector têxtil. A ATP aplaude, através do presidente Mário Jorge Machado, mas lembra que só a flexibilização do Layoff pode garantir o emprego.

“As medidas avançadas pelo Governo de disponibilização de linhas de crédito às empresas, nomeadamente às do setor têxtil, são claramente positivas e muito bem-vindas”, reage o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) em declarações ao T Jornal, mas lembra que “a medida que verdadeiramente assegurará a manutenção do emprego será a flexibilização do Layoff”.

“Ajudar à liquidez das empresas é um sinal muito positivo da parte do Governo”, disse ainda Mário Jorge Machado, que preferiu não especular sobre se o seu montante será ou não suficiente. “Prefiro as declarações do presidente francês ou do ministro das finanças da Alemanha, segundo as quais haverá o dinheiro que for preciso para ajudar a economia”.

“Ninguém vai perder o emprego por causa do coronavírus”, mas, no caso português isso só será possível “se o dinheiro dos nossos impostos servir para manter o emprego privado, tal como serve para manter o emprego público”, disse Mário Jorge Machado. O presidente da associação recordou que “a alternativa à flexibilização do Layoff é muito pior: exercer enorme pressão sobre os encargos com o subsídio de desemprego”.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, apresentaram hoje as medidas de estímulo para a economia portuguesa face ao impacto do novo coronavírus. Um conjunto de linhas de crédito disponibilizadas através do sistema bancário com garantia do Estado que vão alavancar três mil milhões de euros para as empresas mais afectadas.

No que tem particularmente a ver com o setor da indústria, têxtil, vestuário, calçado, industria extrativas e madeira, há uma linha de crédito de 1.300 milhões de euros, dos quais 400 milhões são especificamente para micro e pequenas empresas.

Na conferência de imprensa conjunta dos Ministérios das Finanças e da Economia, o ministro Mário Centeno disse que o momento exige “uma resposta sem precedentes e não regatearemos nenhum esforço para daqui por três meses dizer que enfrentamos mais uma crise”.

O ministro das Finanças referiu que as medidas decididas para apoiar as empresas e proteger o emprego resultam de “uma resposta política coordenada de todo o Governo – é um momento de pensar em iniciativas para conter a doença e acudir à liquidez das empresas, em particular das pequenas e médias empresas (PME), e às famílias que já hoje sentem impacto das medidas adotadas”. “A hora é de conter aquilo que é a pandemia, mas a hora é também de manter a economia a funcionar, de manter o emprego, de garantir que as empresas têm liquidez para, num momento difícil, conseguirem manter as suas obrigações”, concluiu.

 

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