02 agosto 19
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Angola nacionaliza três empresas têxteis

O Estado angolano nacionalizou três empresas têxteis –  Fábrica de Tecidos (Mahinajethu-Satec), Fábrica Têxtil de Benguela (Alassola-África Têxtil) e a Nova Textang II – , pertencentes a personalidades ligadas ao MPLA, algumas delas próximas ao antigo presidente José Eduardo dos Santos.

“Foram apuradas várias empresas privadas que beneficiaram de financiamento de fundos públicos, algumas em processo de privatização irregular e outras financiadas e suportadas com garantia soberana do Estado, sem ter havido o reembolso voluntário desses fundos públicos até a presente data. Em causa, o facto de terem usado com financiamentos do Estado que não foi reembolsado apesar dos prazos terem expirado”, explica o governo de Luanda.

De acordo com uma denúncia do IGAPE-Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE). o processo de privatização das fábricas África Têxtil (Benguela), ex-Satec (Cuanza Norte), e Textang II (Luanda) foi feito de forma irregular.

Desde a entrega das três fábricas às sociedades privadas até ao presente, a África Têxtil produziu menos de 10 por cento da sua capacidade, a Textang II menos de cinco por cento e a ex-Satec 0 %.

De acordo com o IGAPE, o custo de reabilitação de cada uma destas unidades fabris deveria ascender a 50 milhões de dólares, sendo o financiamento concedido pelo JBIC, instituição financeira japonesa. Contrariamente ao estabelecido no programa, o valor final dos três projectos superou dez vezes os montantes inicialmente previstos.

“Foi o Ministério da Geologia e Minas e da Indústria, cujo titular era Joaquin David, que organizou todo o processo de financiamento”, acusa o IGAPE.

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