Carolina Guimarães
Desenha-os à mão – maioritariamente com aguarelas – e depois mostra-os ao mundo nas mais diversas formas. Camisolas, chapéus, cadernos, quadros, capas de tabaco, biquínis, almofadas, carteiras, capas de telemóvel e computador. Tudo porque “não queria pintar dentro de quatro paredes, queria tornar as minhas pinturas em algo útil”. E conseguiu.
Sofia Alves, 26 anos, tem agora o seu poiso no Centro de Inovação da Mouraria, a primeira incubadora de artes criativas da capital, onde lhe dão todo o apoio logístico de que necessita, assim como parcerias, palestras, mentoria e consultadoria. Mas antes de assentar, Sofia andou pelo mundo.
Licenciou-se em Design Têxtil e Design Industrial pelo IADE e, mais tarde, virou mestre em Design Têxtil no Chelsea College of Art, em Londres. Pelo meio fez um estágio no atelier de Filipe Faísca e viajou, nomeadamente para São Tomé, onde esteve um mês e onde começou a pintar tecidos à mão, o que acabaria por dar o mote para o seu futuro.
Hoje em dia oferece um serviço de criação de padrões, que continua a desenhar à mão e que depois trabalha digitalmente, de forma a este poder ser replicado de forma perfeita. As suas estampas podem ser vistas maioritariamente em biquínis da marca Aumar, Hinna e Nanai, mas também noutros projectos como nas t-shirts Youcover e até para a TAP. Sofia tem também os seus padrões disponíveis numa plataforma online londrina, que faz com que ganhe dinheiro ao estilo dos direitos de autor – “por cada metro que é encomendado e que eles imprimem de um padrão meu, eu ganho determinado valor”, explica.
A designer desenvolve também uma colecção própria, que está sempre a actualizar no seu website, que contempla cadernos, capas de almofadas, t-shirts, tapeçarias, marcadores de mesa e carteiras com padrões praticamente exclusivos – saídos directamente das mãos da Sofia e da Sofia para o mundo.