O segundo dia do Portugal Fashion foi inteiramente dedicado aos novos talentos, com o projeto Bloom. O Palácio dos CTT foi de novo o lugar onde se estendeu a passarela para se verem as criações de alguns nomes que estão a dar os primeiros passos na moda portuguesa e que prometem dar que falar.
O primeiro desfile do dia foi o de Olimpia Davide, em conjunto com Amorphous. Para a sua coleção, Olimpia inspirou-se no seu pai e naquela que era a sua maior paixão: os carros. O fato-macaco, usado pelos mecânicos, foi uma inspiração para a silhueta larga e ajustada; as mangas agarradas na zona da cinta também nos transportam para o ambiente de oficina. O cinza e o preto prevalecem, com alguns toques de cor como o camel (da fita cola), o vermelho (das caixas de ferramentas) e o azul (dos fatos-macaco).
Amorphous, o nome da marca assinada por Carla Alves, apresentou a coleção M002 Origem, onde faz uma crítica à sociedade atual: ao consumismo, ao desrespeito pelas civilizações pobres e pela natureza.
Nycole apresentou uma coleção para homem denominada “Floating Points”. “O vestuário clássico do universo masculino (parkas, camisas, fatos, anoraks e truckers) é a base para o desenvolvimento das peças que, aliadas à inspiração militar, resultam com uma silhueta e detalhes transportados das fardas dos para-quedistas, transmitidos através de fechos e fivelas metálicas, assim como a abundância de bolsos”. As cores que prevalecem são o verde tropa, o cinzento e o preto.
Eduardo Amorim apresentou Layer(ed), onde explora uma nova gama de proporções, assimetrias e tecidos.
Maria Kobrock apresentou [I.M]PERMANENT, onde pretende “criar (revelar) uma nova ‘superfície’, i.e. roupa que contribua para a construção de seres sociais baseada em princípios de conforto e individualidade, e não simplesmente por impulsos comerciais e pressões sociais”.
Beatriz Bettencourt levou até à passarela Awakeness, que reflete o paralelismo entre o sonho e a realidade; a coleção “combina a sua vertente mais sóbria e estruturada (realidade), com um cenário mais livre e idílico (sonho), através da sobreposição de múltiplas camadas”. Algumas peças contêm “excertos dos poemas de Pessoa bordados de forma livre, onde a linha cai solta e fluída”.
Mariana Almeida apresentou Momentum, onde se inspirou no estilo vanguardista e singular da tenista Suzanne Lenglen e o opôs ao enfado mecânico e programado do Metro do Porto. Na coleção, reinam os tons escuros.
Pedro Neto mostrou Afloat, onde se inspirou no quadro pré-rafaelita de John Williams Waterhouse – The Lady of Shalott. Reinam os “veludos, pelos curtos, rendas, malha cardada e apontamentos de paiettes e com acabamentos impermeáveis, lurex e plissados irregulares” e as silhuetas “cintadas e femininas, mantendo assim a estética visual de uma figura alongada e esguia”.
David Catalán inspirou-se na vida noturna dos anos 90 para esta coleção, assim como na música electrónica e no estilo de vida frenético que lhe é associado.
Sara Maia apresentou uma coleção onde o preto é rei “e base de todas as cores primárias, ao passo que as malhas tricotadas adicionam um jogo de textura e grafismo”. “Alguns detalhes de tailoring clássico masculino e tecidos, são revertidos com o uso de linhas diagonais”.
Inês Torcato fechou este segundo dia com uma coleção denominada “Self-portrait”, “com lãs finas, fazendas e malhas, muitos tons de cinza, brancos, marinho e vermelho”.
Bloom volta a mostrar novos talentos da nossa praça
O segundo dia do Portugal Fashion foi inteiramente dedicado aos novos talentos, com o projeto Bloom. O Palácio dos CTT foi de novo o lugar onde se estendeu a passarela para se verem as criações de alguns nomes que estão a dar os primeiros passos na moda portuguesa e que prometem dar que falar.