T29 Fevereiro 2018
Empresa

Love Story

A Reinaitex é precisamente o resultado de duas histórias de amor: a dos fundadores Liliana Kakakis e Fernando Miller que, enquanto se apaixonavam um pelo outro, apaixonaram-se também pelas rendas da pernambucana Reinaissance, que trouxeram para Portugal. Assim surge e a Reinaitex (Renai de Reinaissance com tex de têxtil), e a empresa passa da importação para a confecção de uma longa gama de produtos têxteis lar.

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No principio era quase uma brincadeira – quando muito um biscate. Depois de se terem apaixonado um pelo outro, Liliana Kakakis (uma brasileira de ascendência grega que trabalhava no escritório da Varig no Recife) e Fernando Miller (um português, ex-atleta de andebol do FC Porto, onde foi treinado por António Cunha) apaixonaram-se pelas rendas pela fábrica pernambucana Renaissance – e começaram a trazê-las para o lado de cá do Atlântico.

As vendas começaram logo a correr tão bem que o biscate virou negócio, com Liliana e Fernando a fundarem a Renaitex (Renai de Renaissance e tex de têxtil) no dealbar dos anos 90, uma empresa que iniciou a atividade em Vale de Cambra e cedo sentiu a necessidade de ir além da mera importação e passar a ter confecção própria.

“Logo no início deu tudo certo”, recorda Liliana, a propósito dos primeiros anos de vida da empresa que nasceu fruto da sua história de amor com Fernando, um casal que se complementa – ela olha pelo design, ele encarrega-se da parte administrativa.

Claro que num percurso de 27 anos, a vida da Renaitex não foi linear, nem sempre a subir. “Aqui há uns dez anos, a crise atrapalhou-nos bastante. Tivemos que reduzir pessoal para aguentar com a cabeça fora de água”, recorda Liliana.

A partir das rendas foi diversificando e ampliando a oferta para toda a gama de produtos de têxteis para o lar, em especial sacos cama para edredons, fronhas e mantas, equipou-se com uma marca própria (DolceCasa) e, mais recentemente, mudou o seu centro de gravidade de Vale de Cambra para novas e mais modernas instalações em Escapães, Feira.

A subida na cadeia de valor e a prudência são os fios condutores desta evolução da Renaitex, também marcada pela preocupação permanente em atenuar a exposição ao mercado interno e desbravar novos mercados extra-comunitários  como, por exemplo, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Rússia.

“Não entramos na guerra do preço. O barato é coisa fraca. Nós oferecemos qualidade. O nosso forte são os bons acabamentos”, explica Liliana, acrescentado que além do produto 100% algodão, a oferta da sua empresa distingue-se também pelos veludos, bem mais difíceis de costurar.

A Renaitex quer diferenciar-se da concorrência não só pela qualidade dos tecidos e dos acabamentos, mas também pela fator moda. “É fundamental acertar na tendência. Para isso, é preciso andar sempre com os olhos bem abertos ao que se passa à nossa volta e aos formadores de tendências”, alerta Liliana.

Crescer é um objetivo mas não uma obsessão para esta empresa, que aprendeu com a crise a ser muito prudente, nunca pondo um pé no ar sem se certificar primeiro se o outro está bem assente em terreno firme.

“Há muita procura, mas os tempos são bem mais difíceis e exigentes do que quando começamos. Temos de ter muita cautela quando nos aparecem com encomendas grandes. Se nos pedem cinco mil sacos camas, nós só ficamos com o pedido se aceitarem que a façamos de forma faseada, por exemplo com uma primeira entrega de 1 500 no prazo de um mês”, conclui Liliana Kakakis, uma das duas caras metade da Reinatex, empresa que está com um olho no segmento da hotelaria, mas não quer dar passadas maiores do que a sua perna.

A Empresa

Renaitex
Rua Padre Américo Dias Pereira 122
4520-028 Escapães

Trabalhadores  12 Volume de negócios 650 mil euros Atividade Produção e comercialização de sacos cama, almofadas e mantas Marca própria DolceCasa Principais mercados  Portugal, Espanha, França, Angola, Moçambique e Cabo Verde

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