Presentes para todos
Os três novos peregrinos foram guiados por uma estrela que irradia toda a indecisão e desesperança do povo português
Os três novos reis magos da República
T49 - Dezembro 19
Acabamentos

Katty Xiomara

Katty Xiomara ainda chegou a pensar criar um acolhedor berço de palhinhas para deitar Jesus, o do Flamengo, mas não podia ignorar os novos três reis magos da nossa República. E, com espírito de Natal, veste-os a rigor! Imponente, Joacine Katar Moreira, assume o papel central, como rainha Baltazar, no presépio mediático onde tem a companhia de João Cotrim de Figueiredo, na pele de Melchior, e André Ventura, o Gaspar que veste com saias e turbante

Por esta altura do ano, o evangelho segundo São Mateus fala-nos de uns peregrinos carregados de ouro, mirra e incenso que perseguem uma estrela na esperança de encontrar o “menino”. A dada altura na história do catolicismo, estes peregrinos são batizados com uns nomes catitas e assumem a profissão de Magos e Reis.

Pois bem, nesta última edição do ano, em vez de vos presentear com a tradicional figura anafada de barbas brancas, pensei antes, numa história milenar que nos oferece muito mais… um nascimento, uma estrela, magos, reis, animais e claro – ouro, mirra e incenso!

Não é que a hipótese de deitar o Jesus do Flamengo num acolhedor berço de palha estivesse completamente fora de questão, mas assuntos mais prementes chamaram-me à razão visto que seria impossível encontrar melhor altura para aplicar esta analogia aos recém-chegados ao assento parlamentar.

Os três novos peregrinos foram guiados por uma estrela que irradia toda a indecisão e desesperança do povo português, que neles vê uma pequena luz de magia e mudança.

O Melchior é ilustremente interpretado pelo afamado dandy Tuga, João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, que não conseguiu deixar de lado o seu fato de estilo inglês, que vemos assomar por baixo do opulento manto de veludo vermelho.

O Baltazar é elegantemente desempenhado pelo membro mais mediático e polémico do nosso parlamento, aquele que conseguiu roubar o estrelato num tempo record, nunca antes visto. Joacine Katar Moreira do partido Livre, veste-se a rigor com elegantes mantos convertendo este Rei Mago em Rainha.

Por último, mas não menos inquietante, o Gaspar, que é entregue ao santificado, bem-aventurado e quase padre, Sr. André, do Chega, que de saias e turbante se veste para nos presentear com elucidativos comentários.

É certo que têm pouca experiência de campo, e embora mais Magos do que Reis prometem ter grande preponderância nesta nova secção bíblica da nossa história. Vestimo-los com sedas, turbantes e jóias, contudo, rezamos para que este glamour não os deslumbre nem distraia dos verdadeiros assuntos – levar ao menino Costa as pesadas oferendas do povo; as incertezas, as inseguranças e os medos que tanto nos apoquentam.

Para todos, votos de um bom Natal e uma excelente escalada para o sucesso!

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