Diversidade sim, mas sempre sustentável

Fundada em 1961 em Itália, o Grupo Mainetti está em Portugal há já 30 anos. Inicialmente, apenas conhecida pelos cabides, os vetores foram-se expandindo “e, neste momento, vendemos todo o tipo de artigos, entre eles: cabides, polybags, sacos de papel para embalagem e consumidor final, selos de garantia, etiqueta RFID”, esclareceu Rui Lobo, diretor comercial do grupo em Portugal. 

Em Portugal, o centro logístico e os escritórios dão – desde há cinco anos – também espaço para o departamento de reciclagem, onde fazem a reciclagem de alguns clientes, “nomeadamente da Decathlon e do El Corte Inglès na Península Ibérica. Nós fazemos a reutilização dos cabides das lojas dos nossos clientes”. Denominado de Hangerloop, este é um processo em que “a equipa faz a seleção dos cabides que estão bons para voltar à circulação e, por seu turno, os que não é possível, há uma máquina que consegue separar o ferro e que faz um granulado do plástico que pode ser utilizado para novos cabides ou outros produtos que necessitem de plástico”.

Parte desta preocupação com a eco-sustentabilidade, o grupo oferece também, entre outros, o serviço Polyloop, isto é, “foi desenvolvida uma máquina que recicla polybags de uma forma inovadora e torna o plástico de novo transparente e pronto a reutilizar, uma vez que o plástico é separado da tinta e se torna transparente e reutilizável”, detalhou o diretor comercial. 

Ainda na área das polybags, a empresa italiana é pioneira na criação de um plástico bio-combustável, como explanou Rui Lobo: “pode ir para o mar e não fica em micro plástico e só é desfeito em aterro sanitário e em 40 dias transforma-se em adubo. Somos os únicos que temos essa tecnologia”.

Numa ótica de alargar, ainda mais, as suas áreas de atuação, há cerca de 4 anos oferecem serviços de branding. Com a aquisição da Reca Group, a Mainetti passou a ter “a possibilidade de desenvolver tudo o que são os periféricos desde o cabide, o saco, o branding que as empresas têm dificuldade em criar porque habitualmente o fazem em diferentes sítios”. Passando a ser possível a desenvolver tudo no mesmo local, “nós incrementamos valor à peça, pois tudo fica em consonância”. 

Atuando em diversos vetores, o grupo italiano abrange uma panóplia de sectores graças às embalagens e aos sacos de papel: bijuteria, calçado, cosmética, perfumes, velas de casa e, tendo entrado nas etiquetas RFID, alargou ainda mais a sua área de influência: “Temos uma grande proximidade com a Decathlon e o primeiro projeto de RFID foi com a Decathlon. Em Portugal, já não existem funcionários em caixa e, nos EUA e no Japão, fomos também pioneiros, pois em megalojas da empresa existem robots que fazem a leitura de todo o stock registando o inventário diário da loja”, exemplificou, salientando as lojas em Itália, Reino Unido, França e EUA em que é possível entrar numa loja, escolher o produto e “através da etiqueta RFID, sem passar em qualquer máquina, basta encostar o cartão para pagar”.  

Com 6000 trabalhadores em 90 localizações em seis continentes, a Mainetti é não só reconhecida pelos seus produtos e inovação, mas também pela sua sustentabilidade, sendo esse um dos seus motes. Membro de várias entidades, como a Fundação Ellen MacArthur ou a Green Florest, a eco-sustentabilidade é uma preocupação e uma responsabilidade do grupo “que se preocupa sempre com os materiais utilizados nos seus produtos, mas também em reutilizar e reciclar, de forma a ter a pegada ambiental o mais curta possível”. Ainda assim, Rui Lobo conclui “mesmo com todas as inovações sustentáveis que são importantes, o nosso core continua a estar ligado aos cabides e às embalagens”.