T87 - Outubro 23
Produto

Projeto Be@T: Biocompósitos têxteis inovadores no sector automóvel

O projeto be@T surge a colaboração entre a empresa ERT, o CITEVE e o CeNTI, com o objetivo de desenvolver biocompósitos de base têxtil para processos de termoconformação e injeção aplicados ao setor automóvel (PI- I3- M10)

CITEVE

A sustentabilidade, enquanto conceito e prática, tem potenciado a investigação e o desenvolvimento de novos materiais à base de matérias-primas provenientes de fontes renováveis e processos de baixo impacto ambiental em diferentes setores industriais, em particular no setor Automóvel.

As empresas de atuação neste mercado, onde as indústrias têxteis assumem um papel preponderante, têm-se alinhado numa estratégia estruturada de desenvolvimento da sustentabilidade, revelando, desta forma, a crescente mudança de paradigma pela obtenção de produtos “mais amigos do ambiente”.

É neste contexto, e no âmbito do projeto be@T, que surge a colaboração entre a empresa ERT, o CITEVE e o CeNTI, com o objetivo de desenvolver biocompósitos de base têxtil para processos de termoconformação e injeção aplicados ao setor automóvel (PI- I3- M10).

Pretende-se que os biocompósitos reforçados por têxteis constituam alternativas mais ecológicas e sustentáveis através da redução da dependência dos combustíveis fósseis e das emissões gasosas, para além do impacto na biodegradabilidade e da possibilidade de, no final do uso, poder retomar o início do processo incorporando a matriz de, por exemplo, um novo biocompósito.

David Macário, Diretor de Inovação do Grupo ERT, salienta a importância do projeto. Estamos conscientes das necessidades atuais e futuras do setor em termos de sustentabilidade. Por isso, estamos a investir na transferência de saberes e no desenvolvimento de materiais inovadores, para dar respostas diferenciadoras aos nossos clientes. O reforço da colaboração com o CITEVE, CeNTI, empresas e outras organizações do SCT, levada a cabo nos últimos anos, tem sido preponderante.

Por seu lado, Cristina Oliveira, Gestora de Área de Mobilidade e Transportes do CITEVE, explica que os biocompósitos têm encontrado vários desafios relacionados com a falta de disponibilidade de soluções intermédias têxteis, conhecimento técnico de fabrico, e informações sobre o fim de vida do produto. “O enorme desafio associado ao desenvolvimento de novas soluções têxteis de base biológica para serem utilizadas como reforço de compósitos constitui uma grande oportunidade para a indústria portuguesa.”, acrescenta.

A missão do CeNTI, como centro de tecnologia e inovação, destaca-se pelo dinamismo e apoio ao desenvolvimento de soluções inovadoras, com base em Materiais Avançados, que ajudem as Empresas a criarem produtos e processos com valor acrescentado para o respetivo mercado. “A participação neste projeto permitirá dinamizar novas soluções e a implementação de tecnologias que vão alavancar a transferência dos resultados de I&D para a fábrica, para que cheguem ao mercado automóvel num futuro próximo”, refere Sofia Silva, investigadora e Líder da Equipa das Fibras Termoplásticas do CeNTI. 

Espera-se com este projeto impulsionar uma produção mais eficiente, mais simples, e mais amiga do ambiente ao longo de toda a cadeia de soluções têxteis intermédias para compósitos, desde o seu fabrico e transformação em biocompósito até ao fim da sua vida útil. Ao agregar áreas complementares de desenvolvimento associadas à cadeia de fornecimento de materiais compósitos, estas soluções surgem como uma forma de capacitação da competência inovadora nacional nesta área tecnológica, esperando-se um grande impacto no seu posicionamento internacional como futuros fornecedores destas soluções.

O Produto

Projeto Be@T

O projeto Integrado be@t – Bioeconomia Têxtil (TC-C12-i01 – Bioeconomia Sustentável N.º 02/C12- i01/202), é financiado pelo Fundo Ambiental através da Componente 12 – Promoção da Bioeconomia Sustentável, promovido pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência da União Europeia (UE), enquadrado no Next Generation UE, para o período de 2021 – 2026.

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