Bebiana Rocha
A Win-Win Textiles, empresa especializada em sourcing para marcas de moda, tem vindo a consolidar a sua presença no setor têxtil com foco na qualidade e sustentabilidade. Com sede em Guimarães, a empresa está em Portugal desde 1972, colaborando ativamente com a indústria local, a comunidade e o Município.
Lars Gøtterup, que representa a segunda geração da família à frente do negócio, recorda o percurso da empresa e a evolução do setor. Em entrevista ao T Jornal, explica como a Win-Win Textiles se adaptou ao longo das décadas, mantendo-se competitiva num mercado global em constante transformação.
“A empresa começou na Ásia, em Hong Kong, e operou em várias geografias dentro do continente. No entanto, nos anos 70, a valorização do dólar levou o meu pai a relocalizar a produção para um país mais próximo, garantindo a competitividade das vendas”, conta Lars.
Nos anos 80, Portugal ainda não era amplamente reconhecido pela sua qualidade têxtil, mas destacou-se na produção de felpas e flanelas, um fator determinante com o crescimento da procura por sweatshirts. A Win-Win Textiles desempenhou um papel crucial, apoiando marcas no design e no controlo de qualidade, chegando a ter um laboratório próprio – dispensado mais tarde, quando o setor passou a afirmar-se internacionalmente pela excelência dos produtos.
O crescimento da empresa levou à expansão para novos mercados. “Começámos focados no mercado escandinavo, mas rapidamente alargámos a nossa presença à Holanda, Dinamarca, Alemanha e Inglaterra. Atualmente, também trabalhamos com marcas dos Estados Unidos e Austrália”, revela Lars, que destaca ainda a parceria de longa data com a EIGUI, iniciada em 1982.
Sustentabilidade no centro da estratégia
A Win-Win Textiles trabalha hoje com mais de 20 fornecedores em Portugal, abrangendo áreas como malhas circulares, seamless, tecidos, roupa de banho, homewear e jeans. O grande foco está na sustentabilidade, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental da indústria têxtil.
“Queremos produzir menos, mas aumentar o valor de cada peça. Estamos a investir em novas gerações de fibras que absorvem carbono e já trabalhamos com lã e algodão regenerativo”, sublinha.
Para reforçar este compromisso, a empresa estabelece parcerias estratégicas fora da indústria têxtil. O Laboratório da Paisagem de Guimarães calcula a pegada de carbono da empresa e, este ano, ajudará também na análise de dupla materialidade. A colaboração com a Universidade do Minho, especialmente no departamento de design e engenharia têxtil, é outra das apostas.
“Recebemos alunos da Dinamarca para visitas guiadas, participamos em projetos sobre reutilização de resíduos têxteis e colaboramos com a To Be Green em iniciativas de reciclagem”, exemplifica Lars.
A Win-Win Textiles continua, assim, a consolidar-se como um exemplo de compromisso ambiental e social, provando que o setor têxtil pode evoluir sem comprometer o planeta e as pessoas. “Toda a gente pode ganhar, temos é de ter transparência absoluta a negociar e definir um propósito comum”, remata.