Bebiana Rocha
Fotografia: Exército Português
A idD Portugal Defence, em parceria com a ATP e a ANEME, dinamizou ontem um webinar dedicado a apresentar oportunidades para empresas estabelecerem contacto com o Exército Nacional.
Na abertura, Ricardo Alves, presidente da idD, manifestou a sua vontade de ver novas empresas darem este primeiro passo. Ana Dinis, diretora-geral da ATP, acrescentou que existem muitas oportunidades para o setor têxtil e vestuário (STV), não só a nível do vestuário, mas também para outros produtos.
“Temos uma capacidade enorme de oferecer soluções de segurança”, reiterou. Reconhecendo, no entanto, que ainda existem dificuldades de acesso a concursos públicos, sublinhou ainda a importância de manter um diálogo contínuo e construtivo entre todas as partes.
Tiago Vilela da Costa, Tenente-Coronel da Divisão de Concursos e Contratos da Direção de Aquisições do Exército Português, apresentou de seguida as responsabilidades do comando de logística, centradas nas aquisições. Explicou que o processo inclui um planeamento logístico detalhado, descreveu todas as etapas, deu um exemplo de processo aquisitivo e partilhou os tempos estimados para resposta.
De acordo com o valor associado à aquisição, o processo pode demorar mais ou menos tempo, podendo em alguns casos prolongar-se até três anos. No final, apresentou um quadro com alguns produtos de interesse para o Exército, citando fardamento – camuflado, t-shirts, camisas –, calçado, abafos – luvas, gorros, meias –, mochilas, cintos de cerimónia, proteção individual – coletes, capacetes, proteção NBQ –, tecidos, redes de camuflagem e tendas. Podem ainda ser encontrados concursos para uniformes de gala, roupa de cama e outros.
“Para nós é uma mais-valia ter mais empresas a concorrer”, afirmou Tiago Vilela da Costa. As empresas interessadas devem inscrever-se nas plataformas onde as Forças Armadas estão presentes, nomeadamente a acinGov, e, ao nível da NATO, sugeriu ainda a NSPA, que recebe pedidos de todos os membros da aliança.
Partilhou igualmente que o período mais forte de concursos decorre entre fevereiro e julho. “É importante também as empresas dizerem o que têm para oferecer. Proponho novas sessões em que a indústria se mostre e que envolvam também a academia, com desenvolvimentos tecnológicos. É importante ouvir aquilo que as empresas podem fornecer e em quanto tempo”, concluiu.
Marco Pinto, Tenente-Coronel e Chefe da Divisão de Indústria, Logística e Investigação e Desenvolvimento, fez um enquadramento legal do processo de licenciamento, destacando a Lei n.º 49/2009, de 5 de agosto. Falou ainda sobre a credenciação de segurança, condição obrigatória para a obtenção do licenciamento e para o tratamento de matérias classificadas.