15 julho 25
Empresas

Bebiana Rocha

Velocidade será fator decisivo na escolha de parceiros em 2030

“A velocidade vai ser o ponto mais importante na escolha de um parceiro de negócio em 2030”, afirmou Max Easton, da Smartex, na introdução do segundo painel da tarde do evento Smart Collab, que decorreu no passado dia 10 de julho, nos escritórios da empresa, no Porto.

Max destacou quatro grandes tendências para os próximos anos: preço, velocidade, qualidade e compliance, incentivando as empresas a encontrarem o melhor equilíbrio entre todas. No entanto, alertou que nem sempre é fácil aumentar a velocidade sem comprometer a qualidade — e para isso, é fundamental evoluir tecnologicamente.

“As empresas continuam old fashion, com várias emergências por resolver. Precisam de maquinaria inteligente para dar resposta a parte destas questões”, referiu, sublinhando que, além da tecnologia, é essencial dispor de bons dados, que sejam fáceis de verificar. A par disso, é fundamental uma comunicação eficaz — os dados devem ser partilhados e as decisões têm de ser tomadas com base neles.

Na introdução, Max falou ainda da rapidez com que as tendências se transformam, impulsionadas pelas redes sociais, e de como as empresas devem começar a tirar partido comercial do que acontece nessas plataformas.

Foi com este enquadramento que apresentou o painel composto por Eelco Kulkens (PVH), Joana Cunha (Impetus) e Gerd Willschütz (DMIx), dedicado à questão dos padrões de qualidade.

Eelco começou por lembrar que aquilo que torna as marcas atrativas é, precisamente, o facto de se diferenciarem dos grandes grupos de moda que produzem de forma standardizada. “O nosso core é fugir dos básicos”, afirmou, partilhando a dificuldade em encontrar produtores dispostos a trabalhar com quantidades reduzidas, modelos sempre diferentes e padrões de qualidade elevados. Este desafio agrava-se à medida que as marcas crescem e multiplicam as unidades de produção, tornando difícil garantir que todos os artigos são iguais entre si ao chegarem às lojas.

Joana Cunha, da Impetus, acrescentou a perspetiva da produção, lembrando que nem sempre as instruções dadas pelas marcas são exequíveis. “Não é fácil para uma empresa desdobrar-se em tantas formas diferentes de trabalhar. A etiquetagem varia de marca para marca, cada uma define os seus próprios standards de qualidade”, afirmou. Referiu ainda que muitas marcas continuam a enviar documentação em papel, o que dificulta a chegada eficaz da informação à linha de produção.

Gerd Willschütz pegou neste ponto para iniciar a sua intervenção: “As pessoas pensam que o PDF é uma cena digital”, ironizou. Para o representante da DMIx, mais importante do que colocar a informação num suporte digital é garantir que ela é funcional e consegue circular de forma útil dentro da empresa e ao longo da cadeia de valor. Defendeu ainda a necessidade de uma maior padronização, por exemplo ao nível das cores, com códigos predefinidos que evitem a subjetividade da perceção humana e permitam reduzir desperdícios. A DMIx tem trabalhado no desenvolvimento de um sistema universal de cor, que facilite a aprovação e a produção com maior precisão.

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