16 maio 22
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Valérius propõe “cluster auto-sustentável” para a energia

O presidente do grupo Valérius, José Manuel Ferreira, defende que as empresas têxteis devem controlar 75% da energia que consomem e, por isso, avança com a ideia de criação de um “cluster auto-sustentável para que a energia pertença a todos”. À espera da fatura de abril, o empresário prevê que este será o mês mais crítico do ano e que o sector chegou a uma fase em que “ou se faz alguma coisa agora ou pode vir aí um verdadeiro colapso”.

Considerando que a subida dos preços do gás natural está a tornar insustentável para a atividade das tinturarias e das tecelagens, o líder da Valérius adverte mesmo para a possibilidade de colapso do sector. “São a carruagem do meio do sector têxtil; se falham, falhamos todos”, destaca em declarações ao jornal Público, dando conta de que a energia “é um custo que ninguém consegue controlar”.

É por isso que avança com a ideia de que as empresas devem passar a controlar boa parte do abastecimento da energia que consomem, propondo a criação de “um cluster auto-sustentável” para a região do Cávado e do Ave, onde estão concentradas cerca de 80% das empresas do sector têxtil. “Pode ser um passo para criar uma comunidade exemplar no país”, diz ao Público, esperançado no facto de que “desde que começou a guerra os empresário têm comunicado muito mais entre si”.

Ouvido também pelo Público, o presidente da ATP, Mário Jorge Machado,  explica que as empresas “podem produzir calor através de caldeiras de biomassa e aumentar a produção de eletricidade por painéis fotovoltaicos”  e que o Estado pode contribuir neste aspeto com a “majoração dos apoios previstos no Plano de Recuperação e Resiliência para a área da descarbonização”.

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