Bebiana Rocha
‘Natural Energy’ é a nova coleção da Ditchil, marca própria da Vale & Vilas, que está a expor hoje e amanhã na estreia do salão têxtil MOD’Unica. “Ao contrário da maioria das empresas, começamos por ter uma marca própria e só depois passamos para o private label”, explica Carla Macedo, CEO. A preocupação está em criar produtos desportivas para mulher que se diferenciem pelo design e pela qualidade dos materiais, que acentuem o corpo feminino, sendo exemplo disso a escolha de lycras com compressão e cinturas altas.
A Ditchil está neste momento em mais de 100 lojas multimarca, contando também com uma presença considerável no mercado espanhol. O objetivo da empresa é agora avançar para outros países europeus, contando para isso com uma equipa altamente qualificada de design e também seis costureiras.
“As costureiras são quase como um arquiteto, mas de roupa”, enaltece a administradora, mostrando-se com vontade de fazer crescer a empresa. “No final de 2024, início deste ano, começamos a sentir uma maior procura para o private lable para a qual não estávamos preparados. Recebemos muitos pedidos de clientes novos que queriam passar para a produção, o que é bom. Aceitamos alguns e estamos a trabalhar para aumentar a nossa capacidade e no futuro aceitar mais”, conta.
Os contactos surgem do bom serviço que prestam aos clientes habituais, para Carla Macedo o boca a boca funciona muito bem e os esforços de internacionalização também começam a dar frutos. “Vários contactos antigos retomaram ligações com a empresa para iniciarem projetos”, informa.
“A nossa empresa a nível de negócios está muito saudável, temos investido para sermos cada vez mais sustentáveis. Já temos inclusive uma parte das instalações coberta com painéis solares, estamos com a mudança da frota em curso para que todos os veículos sejam elétricos. O ano passado fomos PME Excelência, este ano fomos PME líder…”, acrescenta satisfeita.
Sobre a nova feira, Carla Macedo comenta que acha “muito bem o alargamento” aos têxteis-lar, que é sinónimo de abrir portas a novos clientes para além de projetar mais o made in Portugal. “Estamos aqui para ajudar neste renascer. Queremos dar continuidade à feira porque Portugal só tem a ganhar em apoiar a continuidade. O próprio Governo devia de incentivar as ações e esforços de internacionalização das empresas de uma forma mais célere”, sugere.
A Vale & Vilas está focada este ano em reunir condições para voltar a apostar em força nas incursões internacionais, em aumentar a sua capacidade de resposta e em fazer evoluir a economia nacional.
“Devia de haver um maior incentivo às empresas que cumprem com objetivos, que querem crescer, porque só assim podemos garantir a continuidade do nosso legado ao longo de gerações. Devemos também trabalhar e incentivar as novas gerações a fazerem parte do sector. A imagem que têm do que é uma costureira já não corresponde à realidade atual das empresas”, conclui.