Ana Rodrigues
Um consórcio europeu designado Adaptation e que tem coordenação a cargo de uma investigadora da Universidade do Minho, Sara Núñes-Sánchez, pretende criar um nanodispositivo que fornece energia e regula a temperatura, podendo ser aplicado na roupa, carros ou casas.
Segundo a coordenadora do projeto, que leciona no Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho, este dispositivo pode ser a resolução de muitos problemas energéticos atuais e de vários dos desafios colocados na Agenda 2030 da ONU. Este é um dispositivo que pretende ser aplicado nas superfícies, quer seja de carros, casas, roupas ou outras, “como se fosse uma tinta” e, assim, “fornece-lhes energia, ao mesmo tempo, que controlará a sua temperatura”, explicou à Agência Lusa.
Pretendendo facilitar a adaptação às mudanças causadas pela crise climática, este projeto inspirado na fotossíntese deverá ser capaz de absorver a energia solar e de a converter em eletricidade, além de resfriar, evitando perdas de energia. Para tal, terá diversas estruturas nanométricas e as propriedades necessárias para a absorção e transporte de energia e de controlo térmico.
Esta criação que pretende adaptar-se às necessidades climáticas de cada região, consoante as necessidades, irá ser trabalhada a partir de abril de 2024 e terá uma duração de 4 anos. O consórcio que junta nove parceiros de cinco países: Universidade do Minho e o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (Portugal), o Conselho Superior de Investigações Científicas, a Universidade de Vigo e as empresas Avanzare Innovation Tecnologica e Cooling Photonics (Espanha), as universidades de Estrasburgo (França) e Utrecht (Países Baixos) e ainda a empresa Sunpluggedsolare Energiesysteme (Áustria).
O projeto Adaptation conta com um financiamento de 3,6 milhões de euros do Programa Pathfinder da União Europeia, dedicado a inovação disruptivas na sociedade.