10 abril 25
Internacionalização

Bebiana Rocha

UE publica estudo sobre iniciativas de apoio à internacionalização

A União Europeia publicou recentemente um estudo sobre iniciativas de apoio à internacionalização das PME nos mercados extracomunitários, com o objetivo de examinar os diferentes apoios, os seus critérios de elegibilidade e perceber a eficácia destas ferramentas com base nas avaliações existentes e consultas com as agências de implementação.

O relatório identifica os desafios e as lacunas nas ofertas, bem como apresenta recomendações de melhoria e analisa das relações comerciais da UE com mercados como os EUA, China, a India e a África do Sul.

Um dos principais dados relevados no estudo é que apenas 23% dos instrumentos ativos em 2024 tinham o sector têxtil como um dos focos. Apesar do STV ser um dos sectores particulares que estão a ser alvo dos instrumentos de apoio à internacionalização não é o mais apoiado, por exemplo o sector das energias renováveis, agro alimentar, digital e mobilidade estão muito melhor servidos.

Sobre Portugal há duas iniciativas de apoio à internacionalização que são destacadas no estudo: internacionalização via e-commerce e o SICE lançado no âmbito dos programas COMPETE 2030, Lisboa 2030 e Algarve 2030. Estão também citados no estudo o IAPMEI e a AICEP como participantes do processo de validação do mesmo. O documento na integra pode ser consultado aqui.

De forma resumida, a publicação analisa os diferentes tipos de apoios: os diretos, que incluem subsídios, empréstimos, garantias de crédito; os indiretos, que apoiam à participação e eventos e preparação de material promocional, e os serviços criados para aconselhamento, partilha de informação e networking. Os workshops, seminários, missões de entrada em feiras, atividades de I&D e representação diplomática são outros exemplos citados.

E conclui mediante as avaliações disponibilizadas que as medidas de internacionalização são positivas, há casos de sucesso, há elevados níveis de satisfação dos clientes. Estabelece também uma ligação direta entre a internacionalização e o aumento do desempenho das PME, reforçando o seu emprego e competitividade. Foi igualmente identificada uma relação positiva entre o apoio público, a atividade de marketing e o desempenho exportador das empresas.

Quanto aos principais desafios há dois tipos os internos e externos. Os internos estão relacionados com os recursos limitados das PME, quer financeiros, quer humanos, quer de conhecimento, que são necessários à navegação nos mercados internacionais, há também uma falta de experiência e capacidade produtiva limitada para responder às exigências internacionais. Nas barreiras externas já entram as questões das tarifas, dos requisitos de documentação e das diferenças de regulamentação que também constituem entraves. As diferenças culturais e de comunicação, as questões do transporte, alfândega e logística são os últimos entraves enumerados.

Para melhorar a União Europeia propõe um maior foco no apoio à inovação, na internacionalização através do comércio eletrónico, na criação de instrumentos que tenham em linha de conta a evolução e a integração das cadeias de valor nas quais as PME estão ligadas.

Por resolver num futuro próximo ficam ainda a criação de serviços de aconselhamento mais especializados para PME com alto potencial em fases avançadas, uma maior aposta na promoção da aprendizagem entre pares, uma maior coordenação entre instrumentos para diminuir as perdas de sinergias e prestação de um maior apoio à formação de consórcios.

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