Bebiana Rocha
A economia portuguesa tem 18 áreas de especialização onde dá cartas, a tecnologia de materiais na indústria têxtil é uma delas, segundo um estudo recente do ISCTE para a ANI – Agência Nacional de Inovação. No estudo são abordadas as áreas prioritárias da Estratégia Nacional de Especialização Inteligente.
“No têxtil e vestuário Portugal tem uma vantagem claríssima na investigação e patenteamento de tecnologias dos materiais” disse Ricardo Paes Mamede, ao Expresso, na qualidade de professor do ISCTE e coordenador do Estudo.
“A resistência dos produtos têxteis ao frio, ao calor, à água, a possibilidade de incorporação de eletrónica nas fibras têxteis têm dimensões tecnológicas e científicas significativas, devido à capacidade de o sistema científico falar com o empresarial”, reconheceu.
Ao todo foram avaliadas 192 áreas potenciais de aplicação de tecnologias, tendo em conta fatores como: níveis de intensidade tecnológica e inovação, o peso para a economia nacional e o dinamismo nos mercados internacionais.
A fileira têxtil e vestuário demonstrou capacidades tecnológicas não só no domínio dos materiais, mas também de tecnologias digitais e de produção, a nível de eletrónica, química e biotecnologia.
O estudo foi conduzido com o objetivo de aprofundar a discussão pública sobre as áreas prioritárias das políticas públicas de I&D, inovação, de modo a torná-las mais eficazes, merecendo uma especial atenção do Governo.