Têxteis portugueses “têm uma fórmula muito competitiva”

A indústria têxtil portuguesa está bem posicionada e tem uma fórmula muito competitiva que lhe permite boas perspectivas de crescimento. O elogio é do presidente da Euratex, a mais importante confederação têxtil da Europa numa entrevista que deu ao Expresso, no seguimento da sua intervenção no congresso da ITMF.

“Vejo os têxteis portugueses com grandes oportunidades de crescimento no futuro próximo. Têm uma fórmula muito competitiva”, disse Albeto Piccanelli. Na sua perspetiva, a nossa ITV “está muito bem posicionada porque nos últimos anos soube reorganizar-se e estruturar-se. Percebeu como providenciar qualidade e serviço aos clientes internacionais e ainda tem custos competitivos quando comparada com outros países europeus”.

Já em termos europeus, Paccanelli entende que é preciso “tornar os têxteis mais sexy” porque o sector tem de conseguir atrair conhecimento, modernidade e flexibilidade e para isso precisa do contributo dos mais novos.

“Temos de tornar o têxtil mais interessante e temos de competir com os outros sectores”, referiu ainda, para surpreender ao afirmar que “não estou assim tão preocupado com o Brexit: penso que vai ser uma transição suave”. Já quanto à Turquia a situação “merece uma maior preocupação, até pelo impacto social. No entanto, podemos pensar que pode ser uma oportunidade para Portugal, porque pode conseguir desviar encomendas da Turquia para o país”.

Em termos de desafio para o setor europeu, Alberto Paccanelli concluiu afirmando que “estamos num momento muito específico de transformação, a tecnologia vai impactar fortemente e mudar radicalmente a forma como fazemos as coisas. As empresas têm de ter meios, força e empenho para investir”.