Bebiana Rocha
Começou esta terça-feira mais uma edição da The London Textile Fair, no Business Design Centre, com a presença das empresas LEMAR, LMA, Albano Morgado e JOF, integradas na participação conjunta organizada pela ATP no âmbito do projeto Sustainable Textile & Apparel From PORTUGAL.
O primeiro dia foi marcado por uma afluência positiva. Na LEMAR, Flávio Dias destacou ao T Jornal que os visitantes “vêm à procura de artigos específicos”, sobretudo dentro da gama dos sustentáveis, como tecidos com fios reciclados e biodegradáveis. O responsável mostra-se otimista para o segundo dia de feira, sublinhando a objetividade e clareza com que os clientes sabem o que procuram.
Também a JOF registou um arranque movimentado. Segundo Rui Pedro Freitas, os visitantes ficam surpreendidos com a diversidade e o preço competitivo das etiquetas sustentáveis da empresa. Entre as novidades, o responsável destacou as etiquetas de papel, que apresentam a mesma durabilidade dos materiais sintéticos ou da pele genuína e oferecem bom desempenho em lavagens, até mesmo em temperaturas elevadas.
A afluência tem sido maioritariamente de profissionais britânicos, mas também com presenças asiáticas e francesas. Para Rui Pedro Freitas, “o facto de sermos uma empresa de acessórios específicos desperta a curiosidade de quem passa”. Acrescenta que a aposta é reforçar a presença no mercado inglês: “já trabalhamos com algumas empresas e agentes, mas fazemos questão de estar aqui para manter contactos e alargar a rede.”
A JOF, que exporta 90% da produção (sendo o restante 10% vendido no mercado nacional, mas igualmente destinado à exportação), tem vindo a registar um crescimento sustentado apesar da imprevisibilidade do setor. Segundo o responsável, esse crescimento deve-se à relação diferenciada que mantêm com grandes grupos económicos — “são as nossas âncoras” — sem deixar de trabalhar também com marcas de menor dimensão.
A empresa tem reforçado a sua aposta em inovação e investimento contínuo, desde a contratação de novos profissionais para os departamentos de desenvolvimento e design até à aquisição de máquinas de impressão digital em pele genuína e outros materiais. Uma das apostas que alavancou o negócio foi a introdução da tecnologia RFID, que permite a leitura e gestão de stocks, funcionando também como sistema de alarme. “Temos investido em maquinaria e tecnologia para digitalizar as etiquetas plásticas, um trabalho que temos vindo a desenvolver nos últimos dois anos com o grupo Inditex”, sublinhou Rui Pedro Freitas.
Com este arranque promissor, as empresas portuguesas presentes em Londres confirmam o dinamismo e a capacidade de inovação da indústria nacional, mantendo o foco em sustentabilidade, tecnologia e diferenciação nos mercados internacionais.