Bebiana Rocha
Miguel Ramôa, chief innovation and sustainability na Adalberto, participou na passada semana num podcast sobre a evolução da sustentabilidade na indústria da moda – ‘Leaders Driving Impact: Less Harm to More GOOD’ – , onde afirmou que no mundo existem têxteis suficientes para as próximas seis gerações.
O responsável afirmou que o caminho para a sustentabilidade passa pela implementação de circuitos fechados e pela criação de têxteis de maior qualidade. “Na Adalberto usamos sistemas fechados, focados na sustentabilidade e no upcycling, incorporamos também princípios de ecodesign, desenvolvemos tecnologias para tingir sem água e aplicamos coatings que dão uma maior longevidade aos têxteis”, exemplificou.
A mudança para um sistema circular vai permitir, de acordo com Miguel Ramôa, reduzir em mais de 60% as emissões. “Temos de nos focar na criação de processos mais limpos, usar menos combustíveis fósseis e incorporar química verde”, acrescenta.
Na troca de ideias participou também o co-fundador da OMA, Luís Cristino, que transmitiu que a chave para a mudança nas marcas é compreenderem a cadeia de abastecimento. “Não podemos melhorar aquilo que não medimos. As marcas têm de compreender toda a sua cadeia de abastecimento – cada processo, cada emissão – e a partir daí integrar designs inteligentes, minimizar consumos de água, energia, materiais”, afirmou, fechando com a frase chave de que “circularidade não é apenas reciclar – é criar valor em cada fase de vida do produto”.
Tessa Borrenberghs (fundadora da marca de luxo Borrenberghs), Sara Kovic (fundadora da Okret and SarKo) e Hans-Peter Stafler (da C&A Europe) também deram os seus contributos para o episódio, moderado por Catherine Schoendorff e Frédérique de Lange.