Bebiana Rocha
Ana Paula Dinis integrou na sexta-feira passada o painel das Tajiservi Talks. Partindo do tema ‘Novos caminhos. Novas modas” a diretora geral da ATP focou-se em passar a mensagem de que a indústria tem de se reposicionar na cadeia de valor.
“Na maior parte das empresas a marca vem e subcontrata e não há grande margem de negociação. Temos de alterar esta dinâmica para que seja de uma verdadeira parceria e para isso é preciso tornarmo-nos melhores comunicadores, percebermos quais são as nossas mais valias e persegui-las”, disse.
“A história mostra-nos que em tempos de incerteza o mercado procura-nos, porque somos capazes de produzir em menores quantidades e dar uma resposta rápida” disse. Inspirando a fileira a manter-se resiliente – “temos de continuar a ser ágeis e flexíveis!”.
A representante da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal chamou à atenção também para a emergência de novos modelos de negócio que podem ter impacto na indústria. “A reparabilidade dos produtos e as vendas em segunda mão vão ter um impacto direto no volume de encomendas. Venderemos menos, mas temos de trabalhar para vender melhor”, prosseguiu, referindo-se ao valor acrescentado.
Reconheceu, contudo, que a cadeia é complexa e não está toda no mesmo patamar – “temos capacidades diferentes”- e, por esse motivo, incitou à colaboração, à união, para que “juntos possamos ser mais fortes”.
Este ponto é particularmente importante no avanço do conhecimento e também na resolução de problemas e entrada em novos mercados. “Temos problemas que podemos resolver juntos, há vantagens em partilhar sucessos e angústias”, terminou.