Bebiana Rocha
As instalações da ATP serviram, nos passados dias 16 e 17 de julho, de sala de aula às empresas para aprenderem ‘Como implementar uma Estratégia de Sustentabilidade’. O workshop foi dado pela Systemic, numa parceria com a ATP, tendo o balanço dos presentes sido muito positivo. “Foi uma partilha positiva de ideias, mérito dos formadores, que souberam enquadrar com as realidades da sala”, diz Ana Gomes, accounting manager na Dune Bleue.
“Vim para absorver a informação que está na ordem do dia e passar conhecimento à equipa. Os exemplos são sempre importantes, ainda que não seja uma medida obrigatória nesta fase. Foram dois dias importantes onde deu para ver qual é o nosso ponto de situação e onde temos de chegar. Numa segunda edição diria que era importante passar pela legislação, que tem estado em constante atualização, e fazermos uma partilha dos reports já elaborados”, completa ao T Jornal.
Opinião idêntica tem Mariana Gomes, responsável pela sustentabilidade da JF Almeida: “Estamos a tentar, internamente, fazer um relatório e vim beber conhecimento prático”, disse ao T Jornal. “Tenho frequentado todas as formações que encontro sobre o tema e esta é interessante pelos exercícios que dá de materialidade, de riscos e sobre a cadeia de valor. Tivemos aqui exemplos da Inditex, Puma, Hugo Boss, mas também de empresas portuguesas – a Mundotêxtil, Sourcetextile e Endutex”, pormenoriza.
Neste momento, Mariana Gomes aponta como principal desafio controlar a origem dos produtos e quantidades: “temos de quantificar todos os produtos que compramos. No caso dos acessórios, que são muito variados, dá muito trabalho, temos também de reportar os consumos de papel e plástico”, exemplifica. Para uma próxima edição, a jovem gostaria de ver mais casos de estudo e elaborar em aula um relatório do zero.
A Gomarte também esteve a tirar apontamentos durante os dois dias de workshop. Jorge Gomes, administrador, fez questão de participar para melhorar o conhecimento da empresa na elaboração de relatórios de sustentabilidade. “Na semana passada chegou um cliente à empresa que falou em ESG, quando me cruzei com a formação e vi que era o mesmo tema, decidi frequentar. Estou contente, claro que se sente dificuldades na primeira vez, mas deram-nos casos práticos. Sinto que saio com uma noção dos tópicos que são necessários colocar no relatório de sustentabilidade”.
Rui Santos, diretor do departamento de qualidade, ambiente e segurança da Irmãos Rodrigues também falou com o T Jornal. Em jeito de comparação disse que as formações anteriores foram mais teóricas e conceptuais: “a parte prática está a ser a mais-valia desta formação, fizemos exercícios de avaliação de riscos, análise de materialidade, o cálculo da pegada de carbono, entre outros”.
“Todos os anos fazemos uma auditoria – SMETA 4 pilares – que engloba as condições de trabalho, direitos dos colaboradores, ambiente e governança. Os dados já temos, queremos agora aprender a tratar as informações e determinar critérios para definir metas”, conclui.