03 julho 25
Sustentabilidade

Bebiana Rocha

Sustentabilidade com dimensão: IAPMEI destaca importância da cooperação

“A sustentabilidade é proporcional à dimensão”, afirmou Jorge Oliveira, em representação do IAPMEI, na segunda-feira, 30 de junho, durante o último painel do evento de encerramento do projeto RDC@ITV, que teve lugar no CITEVE.

Segundo o economista, a dimensão das empresas pode ser um entrave à transição, já que as mais pequenas dispõem de menos recursos para investir. “O comboio já partiu. Para não deixarmos ninguém para trás, tem de haver cooperação”, alertou, sublinhando a importância da articulação entre PME e grandes empresas para equilibrar os diferentes ritmos de progresso.

Neste contexto, defendeu que é essencial promover práticas diferenciadas, tanto ao nível do financiamento como no momento da compra. Enquanto consumidores, acrescentou, devemos privilegiar empresas como a JF Almeida e a Twintex, apresentadas anteriormente na sessão, que assumem um claro compromisso com a sustentabilidade. “O posicionamento cultural deveria ser o de preferir o mais sustentável”, afirmou.

O IAPMEI está já a contribuir para esta transformação, com a disponibilização de vários instrumentos de apoio à descarbonização. Foram até agora aprovados 247 projetos, num montante total de 143 milhões de euros, dos quais 87 milhões já contratualizados.

Jorge Oliveira destacou que os setores do branqueamento e tingimento são os que mais apoio requerem, liderando em número de candidaturas e montantes envolvidos, seguidos pelas áreas da tecelagem e confeção.

De olhos postos no futuro, garantiu que estão a ser preparados mais dois sistemas de incentivos robustos: “A história vai ter continuidade”, assegurou.

Mostrou-se também confiante quanto ao impacto que o Roteiro para a Descarbonização poderá ter nas próximas fases das candidaturas, referindo que este será um importante guia para apoiar as empresas nos seus planos de transição.

Sobre a ferramenta criada no âmbito do projeto para o cálculo da pegada de carbono, sublinhou a sua utilidade: “Já nos vai ajudar a fazer as comparações”, afirmou, referindo-se à importância de métricas sólidas para orientar decisões e reconhecer o mérito de quem investe.

Na sua conclusão, reforçou que “a corrida é incremental” e que importa encontrar equilíbrios entre competitividade, exigências do novo contexto global e o posicionamento estratégico das empresas. Reconheceu que o setor “tem de pedalar mais” e defendeu que a política pública pode desempenhar um papel determinante ao diferenciar positivamente quem aposta na responsabilidade social e ambiental: “É preciso beneficiar quem investe”.

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