Bebiana Rocha
Ana Assis, regenerative business strategist na Finitor Consulting, participou na passada semana na sessão ESG: O impacto para a indústria têxtil, onde abordou a agenda da sustentabilidade e as recentes alterações na regulação da União Europeia.
Na sua intervenção, sublinhou a importância de as empresas adotarem uma estratégia integradora, que permita atuar com eficiência em novos mercados e no desenvolvimento de novos produtos. Realçou ainda a necessidade de simplificar o relato de sustentabilidade, agora exigido às grandes empresas, com foco na cadeia de valor.
As PME, por sua vez, vão beneficiar de um tempo de adaptação maior, o que lhes permitirá consolidar processos antes de avançarem com novas exigências de reporte. A oradora destacou que se assistiu a um verdadeiro stop the clock na legislação europeia, com o objetivo de dar espaço às empresas para se prepararem e fortalecerem. Esta pausa está a ser usada para simplificar exigências, ter em conta a dimensão das organizações e refletir melhor a complexidade das cadeias de valor, procurando resultados que vão além da mera conformidade legal.
“É preciso uma reflexão sobre a atividade”, afirmou Ana Assis, reforçando a relevância da análise de dupla materialidade. As empresas têm hoje de medir o impacto que geram na comunidade e na economia — “já não estão apenas só para produzir e ganhar dinheiro”, alertou.
Nesse sentido, defendeu que as empresas devem identificar riscos e oportunidades e implementar um plano de transição assente em quatro fases: diagnóstico, planeamento, integração e implementação. “Tem de haver da parte das empresas estratégia e não apenas compliance”, concluiu, apelando também a uma maior envolvência dos stakeholders.
O evento foi uma iniciativa conjunta da GLX LTM e da Finitor Consulting, promovida pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, pelo Município de Guimarães e pelo Laboratório da Paisagem.