09 abril 25
Empresas

Bebiana Rocha

Sonix: “Para termos um nível de produtividade elevado temos de apostar na digitalização”

O evento de networking Digi4Fashion, organizado pela ATP esta terça-feira no Centro Cultural de Paredes, contou com um painel de debate sobre a visão prática da indústria da Inteligência Artificial. Hugo Miranda, head of innovation & fashiontech da Sonix, admitiu que ainda existem muitos entraves relacionados com liderança, motivação e estratégia, e relembrou que o primeiro passo para a mudança é garantir que faz sentido para a empresa adaptar-se.

“Para termos um nível de produtividade elevado, temos de apostar na digitalização. Temos de estar ao nível dos nossos colegas, porque somos um cluster e há interdependências”, alertou. O processo passa por escolher pivots tecnológicos dentro das empresas que liderem e motivem as equipas, que devem ser cada vez mais multidisciplinares.

“Só somos fortes se o cluster for forte”, salientou, incentivando todos a trabalharem em conjunto. “Os grandes têm de apoiar os pequenos, porque a nossa competição não está aqui, está lá fora, em países como a Turquia. Nós somos muito pequenos, temos de saber trabalhar em equipa”, concluiu.

A conversa foi partilhada com Susana Bettencourt, designer de moda, Daniela Nascimento, designer de moda 3D, e Sofia Moreira, investigadora no 2C2T (Universidade do Minho). Pelo meio, Hugo Miranda deixou exemplos de situações em que as tecnologias digitais podem ser úteis: para fazer protótipos, melhorar o serviço ao cliente — e até na produção de prints para marcas que pedem propostas de um dia para o outro. “Na Sonix usamos a inteligência artificial para dar realismo e toque à peça que criamos em 3D”, acrescentou.

Concluiu, por fim, que neste processo as empresas não se devem concentrar exclusivamente no investimento inicial, mas sim pensar em definir KPIs para medir o retorno desse investimento. “Se formos mais data-driven, não há como fugir à digitalização — é uma questão de organização.”

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