Bebiana Rocha
A Sonix participou esta semana na conferência ‘Portugal Inspirador’ organizada pelo Santander. Samuel Costa, CEO, partilhou a sua visão sobre a empresa de malhas e sobre a Indústria Têxtil, tocando nas temáticas da inovação, tecnologia, sustentabilidade, mão de obra e no dinamismo que é necessário para tornar um negócio diferenciador.
“A indústria tem muitos desafios, no caso da têxtil é a incerteza o maior deles”, apontou o administrador. “Não temos tempo de pensar na crise porque estamos sempre nela”, continuou apontando de seguida o preço do gás como outro desafio, por estar ao dobro do preço de há dois anos – “se impusermos os custos reais aos nossos clientes saímos de mercado”, disse.
No campo da mão de obra, Samuel Costa chamou à atenção do governo para a necessidade de aumentar a retribuição líquida que continua a ser baixa para os colaboradores no final das contas. “Temos candidatos que se enquadram no perfil de recrutamento, mas que por gastarem 400€ em deslocações para o trabalho acabam por não ficar. O país tem de investir numa rede de transportes públicos”, desafiou ainda.
A intervenção terminou com a ideia que o sector deve cooperar em vez de competir, o dirigente mostrou-se disponível para integrar novos projetos, colaborar e diz que a transparência é o caminho para potenciar os negócios e a visibilidade da ITV lá fora.
“O foco às vezes é fechar um negócio, mas esquecemo-nos que estamos a nivelar-nos por baixo em termos de preço. Era muito mais interessante termos transparência, reconhecermos que partilhamos clientes e que há caminhos novos. Acredito que com as transições geracionais possam surgir novas movimentações”, fechou.
No painel ‘Indústria Portuguesa: Caminhos para o futuro’ participaram também Francisco Dias Silva, presidente do conselho de administração da Silsa Confeções, Paulo Natal, Head of Retail & Remote Banking do Santander, e Ramiro Brito, Presidente da Associação Empresarial de Braga.