27 maio 25
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Bebiana Rocha

Smartex.AI continua a apostar na inspeção inteligente de tecidos

A apresentação da Smartex.AI marcou o segundo dia do iTechStyle Summit, que decorre na Alfândega do Porto. Gilberto Loureiro, representante da empresa, começou por recordar o trabalho desenvolvido pela Smartex na deteção precoce de defeitos em tecidos durante a produção, e apresentou uma nova solução que está atualmente em desenvolvimento, com lançamento previsto para outubro: a Finished Fabric Inspection.

Esta inovação está a ser testada na empresa Barata Garcia e consiste numa barra equipada com câmaras, capaz de detetar defeitos nas peças acabadas, incluindo variações de cor e outros pormenores subtis que podem escapar ao olho humano. Gilberto Loureiro não revelou muitos mais detalhes à sala cheia.

Contextualizou a importância desta solução lembrando que os tecidos representam cerca de 40% do custo total de uma t-shirt, o que torna fundamental garantir a sua qualidade. Contudo, essa garantia nem sempre acontece. “O tecido é uma surpresa durante quatro semanas. Se os defeitos não forem detetados na tricotagem, podem passar para a tinturaria e aumentar o prejuízo”, explicou.

Durante a apresentação, foram mostrados vários exemplos de defeitos frequentemente encontrados: linha de elastano, toque subtil de lycra, contaminação do fio, fio grosso, manchas de óleo, linha de óleo e pontos em falta. Atualmente, a percentagem de desperdício reportada pelas empresas varia entre 4% e 27%.

Para que seja possível contabilizar com precisão o desperdício, é essencial que as máquinas estejam interligadas, eliminando o uso de papel, a inspeção manual e os apontamentos escritos diretamente nas peças.

A primeira solução apresentada foi a já conhecida solução multi-câmara, que permite uma inspeção 10 vezes mais rápida do que os métodos tradicionais. Os ganhos são evidentes: a H&M obteve poupanças de quatro cêntimos por peça, enquanto a Hugo Boss registou um aumento de 30% nos painéis de corte. No total, a tecnologia da Smartex.AI já permitiu salvar mais de 1 000 000 kg de tecido, o equivalente à produção de 4 000 000 de t-shirts.

Por fim, apresentou a segunda inovação da sessão: uma etiqueta indestrutível, desenvolvida no âmbito do projeto Texp@ct. Denominada The Loop Passport, esta etiqueta substitui os registos manuais nos tecidos, fornecendo informações relevantes como as emissões associadas ao produto, entre outras. Além de facilitar a rastreabilidade, melhora a eficiência e contribui para a sustentabilidade no setor.

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