18 julho 25
Marcas

Bebiana Rocha
Imagem: Stand.earth

Shein quase iguala emissões de um país inteiro e recebe nota mínima em ranking climático

A Stand.earth publicou recentemente um relatório que culmina num ranking das principais marcas de moda livres de combustíveis fósseis. Ao todo, foram analisadas 42 marcas de moda e calçado, sobressaindo a Shein, que obteve a classificação F e aumentou as suas emissões absolutas em mais de 170% em apenas dois anos, emitindo atualmente quase tanta poluição anual como o Líbano inteiro. Os autores do estudo consideram esta situação alarmante e chamam ainda a atenção para as marcas Boohoo, Aritzia, Columbia e Under Armour, que não evidenciam qualquer apoio à descarbonização das cadeias de abastecimento.

“O relatório deixa claro que o setor da moda continua sem tomar medidas decisivas para se alinhar com os objetivos climáticos. A maioria evita assumir responsabilidades. Muitas marcas não apoiam os fornecedores na transição, o que faz com que o custo recaia de forma desproporcional sobre os fabricantes”, afirma Todd Paglia, diretor executivo da Stand.earth.

O documento revela que 14 das 42 marcas analisadas comunicaram ter reduzido a sua poluição em 10% face ao valor de referência. No entanto, apenas três o fizeram em conformidade com o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, de 1,5 ºC. Por outro lado, 17 marcas aumentaram substancialmente a sua pegada de carbono.

As marcas foram avaliadas em cinco áreas de impacto: transparência climática e energética, produção renovável e eficiente em termos energéticos, ação em prol do clima, materiais com baixo teor de carbono e livres de desflorestação e logística ecológica.

Entre as marcas pioneiras nestas áreas, destaca-se a H&M, com uma classificação B+, sendo também reconhecidos os esforços da Eileen Fisher e da Lululemon. O grupo Kering é especialmente mencionado na categoria dos materiais circulares, distinguindo-se pela utilização de matérias-primas com baixo teor de carbono e de origem reciclada ou regenerativa. A Chanel, pelo contrário, é criticada pela falta de transparência relativamente aos materiais utilizados.

O ranking inclui ainda outras marcas como Levi Strauss, Patagonia, Puma, Nike, Inditex, Mango, Ralph Lauren, Primark, Prada, Armani, LVMH, Walmart e Capri Holdings.

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