19 maio 25
Marcas

Bebiana Rocha
Imagem: Robert Sheie

Setor da moda redesenha força de trabalho em resposta à pressão económica

O sector da moda continua a ser fortemente impactado por um ambiente económico adverso, com várias empresas a procederem a reestruturações e cortes significativos de pessoal em 2024 e 2025. A mais recente a anunciar medidas foi a Burberry, que confirmou na passada semana a eliminação de cerca de 1700 empregos, o equivalente a 18% da sua força de trabalho.

Embora o foco da reestruturação esteja apontado para funções administrativas, a decisão inclui o encerramento de uma unidade de produção de gabardines em Castleford, no Reino Unido, afetando diretamente 170 trabalhadores. A empresa justifica esta medida com o excesso de capacidade registado ao longo dos anos, agora considerado insustentável num contexto de queda das receitas – que encolheram 17% em 2024.

A tendência não é isolada. De acordo com dados divulgados pela publicação espanhola Modaes, marcas como H&M e Gap cortaram 3400 e 10 mil postos de trabalho, respetivamente. A primeira fruto do encerramento de lojas, ficando com 97 710 funcionários, e a Gap com 85 mil colaboradores, a maioria nos EUA.

Também outras grandes referências do sector estão a rever as suas estruturas operacionais. A LVMH, por exemplo, iniciou um processo de reformulação da sua força de trabalho no sector dos destilados. Estas decisões são impulsionadas por fatores como: crescimento económico lento, taxas de juro elevadas, inflação persistente, tensões geopolíticas, pressões tarifárias e a crescente integração da inteligência artificial, desde o design ao atendimento ao cliente.

Estée Lauder, Coty e Zalando são outros exemplos de empresas que enfrentam transformações internas. Em contraciclo, a Primark e o Grupo Inditex destacam-se por reforçarem as suas equipas, inclusive em Portugal, impulsionados por novas aberturas e investimentos.

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