21 outubro 24
Economia

Bebiana Rocha

Secretário da Economia apela a uma cultura transformadora

João Rui Ferreira, Secretário de Estado da Economia, marcou esta manhã (21) presença na apresentação do primeiro Estudo Sectorial 2030 direcionado à Indústria Têxtil e Vestuário. No seu discurso de abertura, salientou que as empresas têm de “ter uma cultura transformadora e de melhoria contínua”, para além da qualidade, que “é um fator indiscutível”.

O representante do Governo reconheceu a complexidade do sector e elogiou, mais uma vez, a capacidade da fileira como um todo de saber aproveitar os incentivos criados para investir. “Mais de 400 milhões de euros de incentivos estão aplicados no Têxtil e Vestuário, em projetos que estão totalmente alinhados com as preocupações atuais como a reciclabilidade, a criação de novos materiais entre outros”, prosseguiu.

“Ver a preocupação e sentir que podemos liderar nestes pontos, sobretudo na reciclagem, deixa-me muito satisfeito”, frisou ainda. Realçando que tal só é possível com trabalho colaborativo: “os projetos colaborativos são essenciais para multiplicar o investimento público. Em conjunto vamos conseguir melhores resultados sem ter de invadir a individualidade de cada empresa. Estou do vosso lado, num trabalho de abertura e proximidade”, reiterou.

Naturalmente que, o discurso também recaiu sobre aquilo que significa o Estudo Sectorial 2030: é um ponto de partida daquilo que pode ser melhorado e valorizado. “É um estudo que combina dados estatísticos com uma visão estratégica, que implicou uma componente de interação com o sector, nos seus vários elos, associações [como a ATP], centros tecnológicos [como o CITEVE e CeNTI], de formação [como o Modatex], IAPMEI e as próprias empresas [como a Impetus e TMG]”.

“O desafio é criar uma perspetiva futura, porque tem de se partir de pontos intangíveis e não só dos dados que aqui veremos”, disse. Completando que, o segredo para o futuro da ITV reside no valor acrescentado, que se ramifica sob a forma de inovação tecnológica, proximidade ao consumidor, criação de marcas e diferenciação pela sustentabilidade.

João Rui Ferreira, dissertou ainda sobre os desafios: a demografia, a falta de mão de obra e a dependência de outros mercados, nomeadamente asiáticos. “Estamos dependentes de terceiros nas matérias primas, é uma preocupação. Somos confrontados com a necessidade de políticas de comércio urgentes, no entanto, não nos podemos esquecer que as trocas comerciais são como uma estrada, isto é, se tivermos políticas restritivas para a entrada na Europa também vamos ter políticas restritivas à saída”, fez o paralelismo.

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