Bebiana Rocha
Albertina Reis, do departamento de I&D da Riopele, esteve recentemente à conversa com Raúl Fangueiro, presidente da Fibrenamics, no âmbito da sua rubrica “Fibras e Compósitos”, onde partilhou que a meta de atingir, até 2027, 80% de produtos sustentáveis já foi alcançada.
A responsável salientou que a empresa sempre se preocupou com as questões da sustentabilidade desde a sua fundação. Neste momento, o foco tem estado nas matérias-primas, nomeadamente na exploração de materiais biobased, fibras naturais e biodegradáveis.
“Temos crescido nesta área, vemos a biodegradabilidade como muito importante e, para conseguirmos uma maior circularidade, são também precisos materiais mais amigos do ambiente. Vemos com interesse este tema”, comentou, dando o exemplo do linho, que tem características específicas que podem interessar.
Mas, ao longo do seu discurso, frisou sempre a importância do equilíbrio e de não esquecer o que se fez no passado. “Não vamos substituir o que já existe, cada matéria-prima tem uma performance diferente, tem de haver um equilíbrio e vamos continuar a precisar dos sintéticos. A Riopele tem a capacidade de ter diversidade de produtos, que enriquece a coleção. Há uma linha condutora sempre, uma continuidade. Não podemos esquecer o que já fizemos, temos de repensar e melhorar”, explanou.
Partindo de seguida para a necessidade atual de sensibilizar o consumidor para valorizar o que está a ser feito, afirmou: “Há investimento tecnológico da parte das empresas”. Passando depois para a problemática do tratamento de resíduos, área em que, na sua opinião, ainda pouco está a ser feito, e é preciso agir como um cluster para tratar deste assunto.
Alertou também que “a indústria precisa de suporte, de financiamento. O que se faz de inovador tem custos muito altos, é preciso apoio para as empresas continuarem a ser sustentáveis nos outros pilares”, disse, lembrando o número de trabalhadores da Riopele.
Ainda no âmbito da sustentabilidade, Albertina Reis recordou que a água sempre foi um dos principais focos da empresa; neste momento, já são capazes de reaproveitar internamente 50%.
Há 37 anos a fazer parte desta “evolução tremenda”, a responsável esclarece que os desafios têm a capacidade de não a deixar, nem às equipas, entrar na monotonia – “quando temos projetos permanentes, estamos sempre motivados”, recordou.
O vídeo pode ser visto na íntegra aqui.