25 novembro 22
Comércio

Maria Monteiro

Retalho vai ter de se reinventar no próximo ano

Ao longo do presente ano, o sector do retalho focou-se na inovação e na partilha de dados. No entanto, com a inflação a agravar-se, no próximo ano as atenções estarão viradas para o consumidor e para a satisfação das suas necessidades da forma mais pragmática, antecipa a consultora CI&T.

Juntando as pressões inflacionistas à equação, os retalhistas veem-se cada vez mais limitados para conseguir escoar stocks; assim, recorrer às pré-encomendas para uma gestão eficaz parece ser uma alternativa mais rentável, uma vez que permite avaliar o interesse num produto de forma antecipada, até mesmo antes do início da produção.

Em 2023 os consumidores vão evitar cada vez mais gastos desnecessários e despesas excessivas. As marcas terão de dar mais ênfase aos produtos básicos para atrair esses consumidores. Além disso, será necessário ter em conta que os consumidores já questionam o valor do fast fashion e optam por marcas mais sustentáveis e duradouras.

Os consumidores podem estar a cortar nos gastos, mas a alegria de fazer compras de forma presencial não se perdeu, diz a consultora, face à explosão do e-commerce durante a pandemia. No próximo ano, o mercado assistirá a uma recuperação da importância das compras físicas, onde as marcas poderão apostar na atração de clientes através da criação de ambientes de loja, considera a CI&T.

O novo ano será um autêntico “mercado de regateio”, com os comerciantes a procurarem novas formas de competir em termos de preços. A adoção de ferramentas de negociação entre consumidores e chatbots, será um grande passo para as marcas, onde os preços serão personalizados, de acordo com as capacidades de negociação – desde que as empresas sejam transparentes para com os seus clientes, para que estes saibam como ou quando podem obter o melhor preço. Finalmente, no próximo ano também haverá uma maior utilização de serviços de aluguer. Isto poderá levar a uma reinvenção da fast fashion.

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