03 janeiro 25
Sustentabilidade

Bebiana Rocha

Recolha seletiva de têxteis é obrigatória para os municípios

O novo ano traz consigo uma exigência crucial para os municípios: a recolha seletiva de têxteis. Se por um lado há Câmaras que já implementaram com sucesso processos de recolha, outras estão a enfrentar desafios. A Associação Nacional de Municípios Portugueses alerta para a falta de financiamento.

“O Fundo Ambiental em 2024 não contemplou qualquer apoio financeiro para a implementação da recolha seletiva deste novo fluxo e de outros. Aguardamos com expectativa que o Fundo Ambiental para 2025 contemple este fluxo, à semelhança do que já acontece com os bio resíduos”, diz Luísa Salgueira, presidente da Associação, em declarações ao Porto Canal.

Existem ainda outras associações e entidades a surgirem na discussão: a Associação Limpeza Urbana defende que a recolha seletiva de têxteis deve ir muito além da colocação de meros equipamentos de recolhas nas ruas, “deve ser feita com o apoio e conhecimento dos operadores do setor”. Já a Zero e a Quercus avisam que as opções de recolha, mesmo que combinadas, ficam aquém da produção cada vez maior de produtos têxteis.

Luís Cristino, co-fundador da OMA, tocou nesta temática no seu último artigo para a página Sustentix. “Apesar de ser uma medida fundamental para promover a economia circular, a realidade atual é de total desalinhamento. Alguns municípios lideram com boas práticas com a ajuda de entidades particulares que viram este novo filão de negócio, mas a maioria não tem um plano robusto e eficaz para responder a esta obrigação”, constata.

O assunto tem sido nestes últimos dias coberto pela imprensa nacional, o jornal Público, enumerou inclusive esses bons exemplos: Setúbal “tem 72 contentores para têxteis de redes privadas e está em fase de decisão o lançamento da rede municipal em articulação com privados, com 65 contentores”. Matosinhos desde 2016 que faz a recolha de têxteis, “cerca de 50% já vai para reutilização”, tendo sido entregues entre janeiro e setembro 469 toneladas.

O Público cita ainda Leiria e Viana do Castelo como exemplares: a primeira lançou neste âmbito o projeto ‘Se Não Vestes Valoriza’ e conseguiu cerca de 15 toneladas de material em 22 pontos de recolhas, escolas e instituições. Já Viana do Castelo recolheu, em parceria com três entidades, aproximadamente 148 toneladas de têxteis. O T Jornal continuará a acompanhar os esforços das autarquias ao longo do mês de janeiro.

Partilhar