27 novembro 24
Inovação

Bebiana Rocha

Real time Retail será a terceira revolução no sector

O sector têxtil e vestuário está a entrar numa terceira revolução que passa pela Inteligência Artificial. De acordo com Daniel Agis, especialista em estratégias de marca e tendências no sector da moda, esta transição marca a entrada para o Real Time Retail, que exige uma abordagem virtual aos processos de produção.

A partilha desta macrotendência que é a Inteligência Artificial aconteceu no 26º Fórum da Indústria Têxtil. “A primeira revolução foi o Prêt-à-porter, a segunda o fast fashion”, contextualizou.

Segue-se agora uma transformação que vai abranger toda a cadeia de valor, desde o retail à logística, passando pela criação e relação com o cliente, que para ser bem-sucedida necessita que os dados estejam todos conectados.

Esta conectividade vai permitir reorientar recursos, agir de forma mais científica e menos instintiva, seja a planear que tamanhos e cores produzir mais, seja a calcular preços. No fundo, o uso de IA vai permitir produções mais ajustadas à procura, permitindo ganhos de tempo e poupanças de recursos. “Deixarão de haver exageros de inventário” aponta como vantagem, estimando uma redução para 5-7%, que comparam com os 25-30% habituais da indústria.

O foco das empresas deve, segundo Daniel Agis, ir de encontro a esta mudança de paradigma. “Passar do ciclo de criação para a conversão traz redução de riscos, velocidade e sustentabilidade”, diz, acreditando ainda que a IA trará uma maior personalização e variações de produto sem afetar a competitividade. “A IA não é um capítulo, é um novo livro com páginas brancas. Que história querem contar?”, interpelou os presentes.

Em conclusão, o fashion advisor apontou que a maior revolução estará na relação com o consumidor. “Vão surgir assistentes digitais, quase como personal shoppers, criados por marcas, e que vão substituir os motores de busca”. Serão capazes de notificar em caso de novidades e promoções. “Este novo conselheiro vai ter capacidade para influenciar a decisão de compra, ditando uma nova relação entre a marca e o consumidor”, terminou.

Partilhar