14 julho 25
Economia

Bebiana Rocha
Imagem: Smartex

Presidente da ATP critica desigualdade regulatória

O Presidente da ATP e da EURATEX participou, no passado dia 10 de julho, no evento Smart Collab, organizado pela Smartex, onde abordou o impacto da legislação europeia no setor têxtil. Diante de uma plateia composta por investidores, marcas e representantes da indústria, abriu a sua intervenção de forma direta: “Fazemos lobby em Portugal e na Europa”, lembrando que é em Bruxelas que se ditam as leis que moldam o setor.

A sua intervenção manteve-se em linha com outras participações públicas recentes, com foco na sustentabilidade e na necessidade urgente de nivelar o terreno de jogo entre produtores europeus e internacionais. “A Europa quer promover o slow fashion, mas o que temos? Ultra fast fashion”, apontou, evidenciando a dicotomia entre os princípios defendidos pela Comissão Europeia e a realidade atual do mercado.

O responsável criticou ainda o facto de as regras não serem aplicadas de forma equitativa a todos os players, apelando a uma revisão do sistema. “Terá de haver um compasso de competitividade, onde a pegada de carbono esteja descrita, no sentido de maior transparência também para com o consumidor”, defendeu.

Um dos pontos mais críticos da sua intervenção foi o destaque para os custos das emissões de CO2, que, segundo afirmou, são dez vezes mais elevados na Europa do que na China. Esta disparidade, alertou, compromete a competitividade das empresas europeias face à concorrência internacional.

“Não podemos continuar a permitir que alguns coloquem o custo no planeta. O custo deve ser colocado no produto, na venda. O consumidor deve ser educado para fazer escolhas mais informadas”, concluiu, apelando a mudanças estruturais que promovam a justiça económica e ambiental no setor.

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