Bebiana Rocha
Após 48 horas do apagão que afetou o país, começam a ser registados os primeiros relatos dos danos causados nas empresas do sector têxtil e vestuário. A ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal já iniciou ontem o levantamento dos prejuízos junto dos seus associados, que incluem danos em fios, tecidos, malhas e máquinas nas mensagem que fizeram chegar.
Vários empresários têm reportado os efeitos que o corte de energia teve no seu processo produtivo. Ana Dinis, diretora geral, resumiu-os esta manhã à Antena 1: “tivemos empresas a reportar máquinas danificadas, além disso o material em processamento foi danificado, há aqui diferentes tipos de impacto”.
Outro dos constrangimentos relatados pela ATP está relacionado com o Portal das Finanças, onde muitos empresários não conseguiram cumprir as suas obrigações fiscais, como efetuar o pagamento do IVA, ou até emitir faturas e gerar guias de transporte.
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) também está a fazer um trabalho de proximidade com os seus associados. Vários empresários reportaram a necessidade de cancelamento de turnos, devido à imprevisibilidade da situação, e o custo associado ao rearranque da produção, especialmente para as empresas que operam em regime de laboração contínua e os setores eletrointensivos, nos quais se inclui o STV.
A CIP criticou ainda nas suas declarações aos meios de comunicação a falta de coordenação nas primeiras horas, o que gerou incerteza e aumentou as dificuldades. O levantamento de danos vai continuar ao longo desta semana para estimativas mais concretas. Restará averiguar o papel das seguradoras na situação, na expectativa que possam mitigar as perdas. Os valores serão feitos chegar ao Ministério da Economia.