19 outubro 21
Indústria

T

Preços da energia podem levar ao fecho de empresas

Com os custos do gás cinco vezes mais caros e a eletricidade a duplicar em três meses, há já empresas que admitem ter que fechar portas. Juntam-se ainda as dificuldades no abastecimento de matérias-primas, também elas numa escalada de preços, num contexto que, adverte o presidente da ATP, põe em causa a retoma económica anunciada pelo Governo.

“Já tenho associados que estão a ponderar encerrar as empresas porque não estão a conseguir passar o aumento dos preços da energia para os seus clientes”, disse o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, ao jornal ECO, explicando que “o problema não se vai resolver porque a fragilidade já vinha dos tempos da pandemia, por isso, há gente a ponderar encerrar”.

O representante da têxtil alerta que a gravidade da situação não está a ter a devida atenção, razão pela qual a ATP decidiu remeter uma carta ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, como explicou ao T no final da semana passada. “Os aumentos dos custos da energia colocam em causa a viabilidade das empresas e esta é uma situação que atinge particular gravidade no setor têxtil, grande consumidor de energia”, explicou.

A funcionar numa lógica de fileira, as empresas têxteis vão acabar por passar o aumento de preços para a confeção que, por sua vez, vai ter de passar para os respetivos clientes, afetando a competitividade do setor, explica Mário Jorge Machado, dando conta que na indústria têxtil a energia pesa 20 a 30% nos custos de produção.

“Com esta subida dos preços da energia estamos perante aumentos de 20 a 30% do produto final o que terá um impacto muito significativo e põe em risco a retoma da economia”, conclui o presidente da ATP.

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