Bebiana Rocha
As empresas portuguesas Brito Knitting, Magma Têxtil, Balutextil, Fiorima e Soeiro participaram, nos dias 15 e 16 de julho, na Première Vision Nova Iorque. A presença nacional integrou-se no âmbito do projeto Sustainable Textile & Apparel From PORTUGAL, promovido pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
Apesar das incertezas geradas pela possibilidade de imposição de tarifas sobre importações europeias nos Estados Unidos e o clima político internacional instável, o setor português voltou a afirmar-se como um parceiro fiável e inovador, com uma oferta fortemente ancorada na sustentabilidade e na qualidade.
Para a Magma Têxtil, esta foi mais uma oportunidade para dar a conhecer os seus “tecidos circulares de elevada qualidade e produção sustentável” ao mercado internacional. A empresa admitiu que “a afluência geral foi ligeiramente inferior à da edição anterior — provavelmente devido ao atual clima político e à possibilidade de imposição de tarifas sobre importações europeias” — mas destacou o contacto com “clientes-chave que visitaram o stand e selecionaram os nossos tecidos para as suas próximas coleções”.
Consciente dos desafios que o setor poderá enfrentar, a Magma sublinhou: “estamos plenamente conscientes de que, caso estas medidas comerciais avancem, muitos clientes poderão optar por abastecer-se exclusivamente nos Estados Unidos. Ainda assim, escolhemos participar porque acreditamos na força das relações de longo prazo e no valor de manter a nossa presença num mercado que continua a ser estratégico para o nosso negócio e alinhado com os nossos valores.”
Também a Brito Knitting valorizou a oportunidade de mostrar as suas mais recentes coleções, onde o compromisso com o ambiente se expressa através da utilização de matérias-primas como “algodão biológico, fibras recicladas e outras misturas ecológicas (Viscose EcoVero, Cânhamo, Liocel, Bambu, Lã Merino, Seacell™️, Smartcell™️ e Good Earth Cotton®)”.
“A sustentabilidade é para nós muito mais do que uma tendência — é um valor central”, afirmou a empresa ao T Jornal, que aposta numa comunicação transparente, com rotulagem clara e materiais informativos. Embora o número de visitantes tenha ficado aquém do esperado, a Brito Knitting sublinhou que “as interações que tivemos foram promissoras” e mantém uma “perspetiva otimista quanto ao potencial a longo prazo do mercado norte-americano”.
Já a Soeiro faz um balanço bastante positivo desta participação, referindo que “o movimento sentido nos dois dias de feira superou as expectativas, confirmando o crescente interesse internacional pelos nossos produtos e reforçando a importância desta presença na estratégia de internacionalização”.
A empresa destacou ainda o papel da PV como “montra essencial para apresentar não só a qualidade e inovação da nossa oferta, mas também para comunicar com clareza o nosso compromisso com a sustentabilidade”. Reconhecendo que “a questão das taxas voltou a ser um tema sensível e, embora com impacto moderado, foi sentida ao longo da feira”. A Soeiro adiantou que já prepara a próxima participação na PV Paris, em setembro, com os olhos postos em “fortalecer relações, explorar novas oportunidades e dar visibilidade ao que nos move: qualidade, inovação e responsabilidade”.
Num ambiente desafiante marcado pelas possíveis alterações nas políticas comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos, a participação portuguesa reforçou a imagem de um setor preparado, resiliente e alinhado com as exigências do futuro.