09 novembro 21
Indústria

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Política industrial europeia “é essencial”, diz ATP na Euratex

“É essencial que a Europa tenha uma política industrial apropriada”, disse esta manhã Miguel Pedrosa Rodrigues na convenção da Euratex, que decorre em Antuérpia, Bélgica. O vice-presidente da ATP deixou a mensagem num contexto onde “o discurso sobre sustentabilidade e circularidade já foi apreendido pelos players têxteis, mas nem todos estão necessariamente a trilhar o caminho certo” e a concorrência da China e de outros países do sudoeste asiático trabalha com outras regras.

O também administrador da Pedrosa & Rodrigues recordou que a pandemia colocou a descoberto a extrema dependência da Europa face à produção de países terceiros e evidenciou que “a única forma de reduzir esta dependência” é envolver as entidades públicas da própria União. Pedrosa Rodrigues propõe uma espécie de discriminação positiva da produção autóctone à própria Europa, “que não tenha em vista apenas o preço”, mas precisamente a aposta na produção sustentável.

Uma decisão deste calibre iria não só promover a produção industrial europeia de imediato, mas induziria, por outro lado, uma alteração no mesmo sentido das opções dos consumidores – que, apesar de toda a ‘conversa’ sobre sustentabilidade e circularidade, continuam confrontados com produções que não lhes ficam a dever nada. E nem todas elas são exteriores à Europa, disse.

Mas, para que das palavras o sector possa passar aos atos, Miguel Pedrosa Rodrigues disse que os decisores da União Europeia precisam obrigatoriamente de “criar formas vigorosas de apoio aos investimentos privados”. Sem este apoio, o mero recurso a capitais próprios ou ao endividamento por via da banca irá apenas contribuir para que as empresas coloquem em risco os seus balanços. E fiquem numa situação de grande desfavorecimento em relação, por exemplo, à China – país onde o Estado suporta um financiamento maciço dos investimentos privados.

A 9ª convenção da federação europeia Euratex, que decorre desde ontem e termina hoje na Bélgica, tem como pano de fundo ‘O novo paradigma do sector têxtil europeu’. Miguel Pedrosa Rodrigues fez parte do primeiro painel desta manhã, que versou o tema ‘Quais são os desafios futuros para as empresas têxteis e de vestuário?’, onde foi acompanhado por Claudio Marenzi (CEO da Herno), Verena Thies (CEO da Theis) e Robert Van De Kerkhof (CCO de Lenzing).

 

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