12 Fevereiro 20
Sustentabilidade

T

Pele vegetal da Tintex feita com materiais improváveis

É visualmente igual ao couro de origem animal. Ao tacto, é também em tudo semelhante. Mas na realidade a pele vegetal apresentada pela Tintex é feita a partir do aproveitamento de resíduos de outras indústrias. Serrim da madeira e borra de café são alguns dos produtos já testados.

Desenvolvida no âmbito do Texboost, o maior consórcio de inovação têxtil nacional que junta 28 empresas e 15 centros de investigação, esta pele vegetal em Jersey “incorpora um revestimento feito a partir de serrim da madeira, aproveitando resíduos de outras indústrias”, explica Ricardo Silva, administrador e diretor de operações da Tintex. Para além do serrim da madeira, a empresa está também a trabalhar numa pele feita a partir da borra de café e a testar a incorporação de outros resíduos, como as cascas de amêndoa e de noz.

“Incorporámos já esta pele vegetal num sofá que foi apresentado no Open Day da Tintex e que, entretanto, tem viajado por esse mundo fora com o CITEVE”. Uma dessas viagens teve como destino a feira internacional Heimtextile, onde o sofá integrou o Itechsytle Green Circle. Maria José Carvalho, responsável pela agenda para a Sustentabilidade e Economia Circular do CITEVE, conta que “os visitantes ficavam espantados quando lhes dizíamos que se tratava de pele vegetal porque, de facto, é muito semelhante à pele animal”.

Esta pele vegetal “poderá ser aplicada não só em sofás e poltronas, mas também em acessórios e calçado ou vestuário”, refere Maria José Carvalho. “Também o sector automóvel está nos nossos objetivos, mas mais a longo prazo, uma vez que ainda teremos de otimizar o produto e os processos produtivos para esse efeito”, adianta Ricardo Silva.

Neste momento. esta pele vegetal, quer a que incorpora serrim da madeira como a que utiliza borra de café, estão em fase de industrialização até junho, mês em termina o projeto Texboost. O objetivo é avançar com a comercialização ainda este ano.

Partilhar