Bebiana Rocha
O Parlamento Europeu rejeitou esta semana a proposta de redução da carga sustentável para as empresas, publicada em fevereiro, designada por Pacote Omnibus. O pacote tinha como objetivo impulsionar a competitividade das empresas europeias, sobretudo através da redução das cargas legislativas decorrentes das novas leis ambientais.
“A votação de hoje demonstra que o Parlamento não está disposto a recuar no quadro europeu de sustentabilidade que o Partido Popular Europeu procurou travar”, comentou a eurodeputada Kira Marie Peter-Hansen. Uma nova votação será realizada no dia 13 de novembro, depois de ajustes ao texto proposto.
O The ESG Institute já se pronunciou sobre o assunto e afirma que a decisão expõe as visões divergentes dentro da UE sobre a rapidez, a amplitude e o rigor com que as empresas devem ser sujeitas a obrigações de sustentabilidade.
“A rejeição não significa o fim do pacote, mas sim o reinício do processo. As empresas são aconselhadas a não interpretar este adiamento como uma pausa na preparação. Devem continuar a preparar-se. A direção é inequívoca”, refere o instituto.
O elemento mais debatido prende-se com o ajustamento dos limites que determinam quais são as empresas abrangidas pelas obrigações de relato. Os críticos argumentam que 90% das empresas inicialmente incluídas nas fases posteriores de aplicação da CSRD deixariam de o ser.
“A rejeição do Omnibus expõe a complexidade de conciliar a competitividade económica com a responsabilidade ambiental e social”, conclui o instituto.