Bebiana Rocha
A Estrutura de Missão Recuperar Portugal realizou na passada sexta-feira, dia 11 de abril, no Museu Nacional de Arqueologia, o evento PRR + Perto, onde apresentou, em traços gerais, as alterações aprovadas pela Comissão Europeia à execução do Plano de Recuperação e Resiliência, que vê agora a sua data estendida para 30 de junho de 2026.
O envelope financeiro mantém-se nos 22.216 mil milhões de euros; no entanto, o número de novos investimentos aumentou de 117 para 119, e o número de marcos e metas decresceu, o que se traduz, na prática, numa redução da carga administrativa.
Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, informou os presentes de que foram anuladas etapas intermédias, o que resulta na libertação de carga burocrática para as empresas.
Vão poder também contar com um novo instrumento de financiamento, gerido pelo Banco Português de Fomento, para criarem núcleos de investigação e desenvolvimento. Haverá igualmente um maior apoio à diversificação dos mercados de exportação.
O responsável fez ainda um ponto da situação da execução do PRR: até agora, o desembolso da Comissão Europeia foi de cerca de 51% do total, estando a aguardar o sexto pedido de pagamento. Dos projetos submetidos, a taxa de execução é de 33%.
“O PRR é um caminho que fazemos em conjunto e que, por vezes, temos de ultrapassar obstáculos sem parar. O calendário é exigente e inalterável. Cada pequena concretização é uma vitória”, disse Fernando Alfaiate no seu discurso.
Durante o encontro foram passados alguns exemplos do PRR no terreno, entre os quais constou um vídeo da JF Almeida, como exemplo do uso do PRR para a sustentabilidade.
Mariana Gomes, diretora de sustentabilidade, disse que este incentivo do PRR fez com que muitos dos investimentos que estavam planeados para serem executados fossem, no imediato, postos em prática. Os resultados já são palpáveis: em 2022, a empresa de têxteis-lar conseguiu reduzir em 37% as suas emissões.
“Isto era algo que, sem o PRR, se calhar só conseguiríamos em 2024. Temos um projeto ativo na unidade de tecelagem e outro na unidade de tinturaria e acabamentos, que vai trazer reduções de mais de 50% de CO₂ e uma redução de 25% nos consumos”, continua.
Estes ganhos conseguem-se com a adoção de tecnologias mais eficientes e substituição das energias tradicionais por energias mais verdes, nomeadamente a energia solar, que cobre já 20% das necessidades da JFA. Com estas melhorias, a empresa tem conseguido fazer crescer a sua estrutura. “Em 2020 éramos cerca de 500 funcionários, hoje, com estas alterações, somos mais de 800”, conclui.
A gravação do evento pode ser vista aqui. De referir que o encontro serviu também para apresentar o Portal PRR, uma plataforma criada para que os beneficiários do PRR tenham acesso, através de uma área reservada, a módulos para fomentarem um trabalho conjunto e colaborativo, facilitar reports e alertas, bem como apresentar dashboards com informações pertinentes para cada utilizador.
Hoje, dia 15 de abril, decorre um webinar também sobre a reprogramação das Agendas Mobilizadoras, divulgado pelo IAPMEI. O mesmo é dirigido a 52 Agendas Mobilizadoras, às quais será feito um enquadramento da reprogramação, contextos e necessidades de ajustes no planeamento dos projetos.
“Serão clarificadas as principais alterações e impactos esperados, a revisão de metas e eventuais ajustes financeiros, os prazos e próximos passos”, lê-se na página do IAPMEI. Está também previsto um momento para audição de propostas para otimizar esta reprogramação.