Bebiana Rocha
O Futebol Clube de Famalicão entra em campo na época 2025/26 com um equipamento totalmente made in Famalicão, produzido por nove empresas do concelho. Fradelsport, CM Socks, Passamar, Aljocon, Drible, Organigráfica, Fiofibra, Profit e Teresa Dias Confeções uniram forças para criar um conjunto que é símbolo de identidade, inovação e cooperação.
“Tecemos história, vestimos orgulho”, partilhou o clube nas redes sociais, destacando os inúmeros detalhes que tornam este equipamento especial.
Um trabalho de equipa com assinatura local
Em declarações ao T Jornal, Paulo Reis, CEO da Fradelsport, explica que a sua empresa foi responsável por toda a construção da camisola — do tecido às redes e bordados. “O design foi entregue pela Drible e, a partir daí, fizemos tudo o resto. Já conhecia todas as empresas com que trabalhámos e o que retiro desta experiência é a certeza de que somos capazes de produzir um artigo completo, do início ao fim, de forma sustentável”, afirma o empresário.
A CM Socks, liderada por Carlos Maia, produziu as meias do equipamento. Para o administrador, esta colaboração é uma prova do enorme potencial industrial do concelho. “Famalicão tem todo o tipo de produtos e esta iniciativa mostra isso mesmo. O Famalicão é um grande clube e demonstra, com este projeto, que na sua terra há qualidade. Esta parceria com a Câmara Municipal, através do programa Made In, é positiva para todos, especialmente para a imagem das empresas. É um orgulho fazer parte.”
A CM Socks já trabalhava com o clube em temporadas anteriores, fornecendo meias a vários escalões. Entre os produtos destacados está a meia premiada que previne entorses, usada pelos jogadores não só em campo, mas também nas viagens e caminhadas, por ajudar a reduzir a fadiga muscular. “Produzimos ainda as meias do fato”, acrescenta Carlos Maia, com orgulho.
Fios, etiquetas e design com ADN famalicense
As meias são feitas com fio da Fiofibra, empresa fundada em 1985 e especializada em fios texturizados. Miguel Faria, administrador, sublinha o impacto positivo do projeto: “Esta iniciativa prova que é possível fazer tudo num raio de 50 quilómetros. O Famalicão leva o nome das empresas e das pessoas a todo o lado — é um contributo de proximidade e apoio à cidade”, diz.
A Passamar ficou responsável pelas etiquetas e merchandising, enquanto a Aljocon, com 30 anos de experiência no segmento desportivo, assegurou parte da confeção. A Drible, agência de marketing, assinou o design do equipamento. “Fizemos muita pesquisa, queríamos algo diferente do habitual. Colocámos o logótipo no centro do peito, quase como um escudo”, explica Vítor Brandão, responsável pela empresa.
A Organigráfica tratou da embalagem e da maquetização da caixa. Filipe Silva, administrador, destaca a relevância da colaboração: “Como um todo, esta iniciativa é uma mais-valia para as empresas locais. Esperamos que sirva de exemplo e traga novos clientes.” A Organigráfica já trabalha com o sector têxtil e vestuário há mais de 30 anos. A Profit Connect, especializada em têxteis técnicos, e a Teresa Dias Confeções também contribuíram para o projeto, completando o ciclo produtivo.
Uma camisola que representa todos
Para o presidente do clube, Miguel Ribeiro, este é um momento simbólico: “Um clube é muito mais do que a equipa que joga. É também quem está do lado de fora, a apoiar todo o concelho. Esta camisola representa todos.”
O vídeo promocional lançado pelo clube mostra várias etapas do processo produtivo e os colaboradores das empresas com a camisola vestida — um verdadeiro retrato do orgulho coletivo.
O presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, elogiou a iniciativa na cerimónia de apresentação: “Este é um bom exemplo do que somos: empreendedores, inovadores e colaborativos. O equipamento mostra a capacidade das nossas empresas de responderem a desafios e de se unirem em torno da comunidade.”
O autarca terminou com um agradecimento a todas as empresas envolvidas pela sua abertura e espírito de cooperação: “Esta camisola é o símbolo de que é possível construir de mãos dadas.”