10 dezembro 25
Marcas

Bebiana Rocha

Nova flagship da PUMA em Londres marca mudança estratégica da marca

A PUMA abriu este mês a sua maior loja na Europa, localizada na Oxford Street, em Londres, com uma área de 2.230 m². A nova superfície foi pensada para aproximar os consumidores da marca, mostrando tecnologia de última geração, oferecendo uma área dedicada à personalização e outra de arquivo.

“Londres é um dos mercados de retalho mais competitivos do mundo. Esta loja demonstra a confiança no Reino Unido e reflete o nosso compromisso em proporcionar experiências novas e criativas”, afirma a marca em comunicado.

Para reforçar o interesse nesta abertura, foi lançada uma coleção exclusiva de edição limitada e estão previstos, até ao final do ano, vários eventos, incluindo a presença de atletas.

A abertura desta loja surge num contexto de redefinição estratégica para a PUMA em 2025. Nos primeiros nove meses do ano, as vendas diminuíram 4,3%, para 5.973,9 milhões de euros, com queda em todas as regiões e divisões de produto.

O negócio wholesale registou uma retração de 8,6%, penalizado pela fraqueza na América do Norte, China e Europa. Por divisão de produto, o têxtil caiu 8,7%, para 1.827,6 milhões de euros, refletindo, sobretudo, a desaceleração da categoria sportstyle, a maior da marca.

Segundo a PUMA, o principal desafio é mudar a perceção do cliente, atualmente vista como uma marca demasiado comercial, para uma marca de topo em termos de desempenho e inovação.

A estratégia para reverter esta tendência passa por reduzir o peso dos grossistas, diminuir o excesso de inventário nos parceiros de retalho e o número de promoções no e-commerce, ao mesmo tempo que se aposta no crescimento do canal direct to consumer, com vendas próprias a preço total.

A abertura da nova loja em Londres insere-se exatamente neste plano: reforçar a presença própria, proporcionar experiências diferenciadas aos consumidores e valorizar a marca sem depender de intermediários.

A PUMA anuncia ainda que vai investir em marketing em 2026 e concentrar-se nas áreas prioritárias: futebol, running, training e sportstyle, aproveitando o crescimento de categorias como training, motorsport e basketball, que têm mostrado forte dinamismo apesar da queda de vendas.

Este caminho no sentido da inovação, da tecnicidade, da diferenciação e da oferta de valor acrescentado ao consumidor poderá abrir, no futuro, novas oportunidades para o setor têxtil e vestuário nacional, que se tem vindo a especializar e a apresentar soluções cada vez mais distintas e competitivas.

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